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Capital

“É comum”, dizem moradores de bairro onde um homem foi morto com tiro no rosto

Marco Aurélio de Oliveira tinha diversas passagens por tentativa de homicídio, ameaça e furto

Por Ana Paula Chuva e Geniffer Valeriano | 12/11/2025 08:47
“É comum”, dizem moradores de bairro onde um homem foi morto com tiro no rosto
Peça de roupa e marcas de sangue no local onde Marco Aurélio foi baleado (Foto: Marcos Maluf)

Os moradores do Parque do Sol, em Campo Grande, afirmaram que já estão acostumados com barulhos de tiro na região e nem saíram para ver quando Marco Aurélio de Oliveira foi executado na noite de terça-feira (11). O crime aconteceu em frente a uma padaria na Rua Manoel Macedo Falcão, esquina com a Rua Durando Pereira, em Campo Grande.

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Moradores do Parque do Sol, em Campo Grande (MS), relatam que tiroteios são frequentes na região. A declaração foi dada após o assassinato de Marco Aurélio de Oliveira, morto com um tiro no rosto em frente a uma padaria na noite de terça-feira (11). A vítima possuía extensa ficha criminal, incluindo tentativa de homicídio e ameaças. Dias antes do crime, Marco Aurélio havia se envolvido em uma briga onde esfaqueou um homem, episódio que pode ter motivado sua execução, segundo familiares.

Ao Campo Grande News, um homem de 65 anos que preferiu não se identificar relatou que mora no bairro há mais de 20 anos, mas não conhecia Marco Aurélio. Ele estava deitado quando ouviu os tiros e avisou à esposa, que estava no mercado.

“Eu estava deitado. Aqui é muito perigoso. Já mataram muita gente. Eu até evito ficar na frente de casa por medo de acontecer alguma coisa. Minha esposa estava no mercado com meu filho. Eu liguei e avisei que estava acontecendo um tiroteio, pedindo para que não voltassem para casa”, afirmou.

Assim como ele, um comerciante de 52 anos afirmou estar acostumado com o barulho de tiros no bairro e, por isso, continuou trabalhando normalmente ao ouvir os disparos na noite de ontem. “Sempre acontece. De madrugada mesmo escutamos o tempo todo. Não sei se é gente brincando ou fazendo outra coisa”, pontuou.

“Eu tenho o comércio aqui há muito tempo, então é difícil alguém mexer com a gente. Mas eu nem saí para ver. Continuei trabalhando. Eles já vão no alvo certo geralmente”, finalizou.

“É comum”, dizem moradores de bairro onde um homem foi morto com tiro no rosto
Morador afirmou que tiroteios são comuns no bairro (Foto: Marcos Maluf)

Histórico - Marco Aurélio tinha diversas passagens policiais em Mato Grosso do Sul e também em São Paulo. As mais recentes são uma tentativa de homicídio que acabou sendo desclassificada pela Justiça para lesão corporal de natureza leve. O caso aconteceu em 4 de junho de 2024, na Rua Joaquim Nabuco, Bairro Amambaí, em Campo Grande.

Na ocasião, Marco Aurélio, conhecido como “Buiú”, esfaqueou um rapaz identificado como “Boy”. Os dois faziam uso de pasta base no local quando o autor ficou com ciúmes da namorada e agrediu a mulher. A vítima tentou conter o homem e foi atingida por facadas em diversas regiões do corpo.

Marco Aurélio foi preso e denunciado por tentativa de homicídio, mas, em julgamento, o crime foi desclassificado para lesão corporal de natureza leve.

Em janeiro deste ano, Marco foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por ameaçar o dono de uma conveniência localizada no Bairro Zé Pereira. O caso aconteceu em maio de 2024, quando a vítima foi cobrar o homem que devia mil reais em produtos consumidos no local.

Segundo o MPMS, Marco ficou irritado e acusou a vítima de estar “mexendo” com sua mulher; disse que a mataria, arrancando-lhe a cabeça, e alegou ser integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital).

“É comum”, dizem moradores de bairro onde um homem foi morto com tiro no rosto
Perita olha o corpo da vítima no local onde crime aconteceu (Foto: Juliano Almeida)

Homicídio - De acordo com o boletim de ocorrência, populares acionaram a PM (Polícia Militar) após perceberem que o homem estava ferido e com sangramento intenso. Quando a equipe chegou, Marco Aurélio ainda apresentava sinais vitais. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas o óbito foi confirmado logo em seguida pela equipe de resgate.

A prima da vítima contou que Marco Aurélio havia se envolvido em uma briga na sexta-feira anterior, quando esfaqueou um homem. Ela disse acreditar que o assassinato tenha sido uma represália a esse episódio. A mulher afirmou ainda não saber quem seria a pessoa ferida durante a discussão.

Outra testemunha, que também estava no local, ajudou os policiais a delimitar a área e prestar informações sobre o momento do crime. O boletim descreve que Marco Aurélio era morador do Jardim Noroeste e natural de Campo Grande. O caso está sendo investigado.

“É comum”, dizem moradores de bairro onde um homem foi morto com tiro no rosto
Faca e facão que estavam com Marco Aurélio no momento do crime (Foto: Juliano Almeida)