Falta de médicos causa espera de até oito horas na UPA Moreninha
Segundo denúncia, a ausência de profissionais estaria relacionada ao não recebimento de pagamentos

A secretária Miquele Gonçalves, de 36 anos, procurou o Campo Grande News para denunciar a falta de médicos durante o período noturno na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninha, em Campo Grande. Segundo ela, pacientes chegam ao local no início da noite e aguardam por até oito horas sem atendimento.
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Pacientes enfrentam longas esperas e falta de médicos na UPA Moreninha, em Campo Grande. Denúncia feita por Miquele Gonçalves relata que pessoas aguardam até oito horas por atendimento durante o período noturno. Seu irmão, internado com infecção no pâncreas e fígado desde segunda-feira, ainda espera transferência hospitalar. A situação gerou revolta entre pacientes, levando ao acionamento da Guarda Civil Metropolitana. Funcionários da unidade informaram que a ausência de médicos está relacionada à falta de pagamento. A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada para esclarecimentos sobre o caso.
Entre os pacientes está o irmão de Miquele, Dion Lenon, de 33 anos, internado na unidade com infecção no pâncreas e no fígado. Ele está no local desde segunda-feira (10), aguardando vaga em um hospital.
“Meu irmão foi no sábado, passou mal, deram dipirona e mandaram ele pra casa. No domingo, ele voltou, fizeram novos exames e só depois disseram que era infecção no pâncreas e no fígado. Mesmo assim, mandaram ele embora. Na segunda, ele piorou e precisou ser internado. Desde então, está lá, tomando soro e esperando uma vaga. Até agora não tivemos boletim médico, nem informação do quadro dele”, relatou Miquele.
Ela conta que procurou a Defensoria Pública para tentar conseguir a transferência, mas foi informada de que precisava apresentar um boletim médico, documento que, segundo ela, a unidade se recusa a fornecer. “Nem a assistente social soube explicar. Dizem que o boletim está no sistema, mas não entregam nada”, afirma.
Na noite de ontem, Miquele relata que ficou na recepção ajudando a registrar os pacientes que chegavam em busca de atendimento. “As pessoas estavam esperando desde as 18h. Quando deu meia-noite e ninguém havia sido atendido, começaram a se revoltar. A GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi chamada e, só então, os funcionários avisaram que não havia médico na unidade. Disseram que estavam sem receber e, por isso, não estavam indo trabalhar”, conta.
De acordo com ela, a situação afeta não apenas o irmão, mas dezenas de pessoas que aguardam há horas sem atendimento e sem informações. “É um absurdo. Tem gente com dor, com criança, todo mundo sem saber o que fazer. Queremos apenas que olhem pela população que está doente e precisando de ajuda”, desabafa.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a população pode acompanhar, em tempo real, a média de espera por classificação de risco através do SIGS (Sistema de Gestão de Saúde), que também mostra quantos médicos estão atendendo na unidade. O sistema permite à Secretaria tomar decisões rápidas para evitar esperas prolongadas e enviar equipes móveis para reforçar os atendimentos, se necessário.
A Sesau esclareceu que todos os atendimentos seguem os protocolos do SUS (Sistema Único de Saúde), priorizando casos de urgência e gravidade. Em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), a Secretaria não divulga informações individualizadas sobre pacientes à imprensa ou terceiros.
Para obter informações sobre o atendimento, a Sesau orienta que o paciente ou responsável legal se dirija à unidade de referência ou acesse os canais oficiais: Ouvidoria SUS – 0800 314 9955 / (67) 3314-9955; Portal da Ouvidoria.
Matéria atualizada às 15h07 para acréscimo da nota da Sesau
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