Mulher que matou companheiro com facada não vai a júri popular
Caso aconteceu em março deste ano; para o juiz, Andreia Santiago agiu sem intenção de matar
O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, desclassificou o caso de Andreia Cristina Santiago, 45 anos, acusada de homicídio doloso pela morte do companheiro Adailton Cabreira Santana, 29, para lesão corporal seguida de morte. A decisão determina que Andreia não será julgada pelo Tribunal do Júri, mas sim pelo próprio juízo da Justiça Estadual.
RESUMO
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Juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande desclassificou acusação contra Andreia Cristina Santiago, 45 anos, de homicídio doloso para lesão corporal seguida de morte. A decisão se baseou na ausência de intenção de matar seu companheiro, Adailton Cabreira Santana, 29 anos. O caso ocorreu em março deste ano, quando Adailton foi atingido por uma facada no pescoço. Testemunhas confirmaram histórico de violência doméstica contra Andreia, que possuía medidas protetivas contra o companheiro. Com a desclassificação, ela responderá ao processo em liberdade.
A mudança de crime se deve, segundo a sentença, à ausência de intenção de matar. O magistrado destacou que Andreia desferiu apenas um golpe, permaneceu no local após o fato e tentou estancar o sangramento da vítima, o que foi confirmado pelo policial militar que atendeu a ocorrência e por testemunhas ouvidas no processo.
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Além disso, durante a instrução, depoimentos mostraram que o casal vivia um relacionamento marcado por agressões anteriores cometidas por Adailton, reforçando que o contexto era de briga e não de intenção homicida. Ainda conforme o juiz, se houvesse intenção de matar, era esperado que houvesse múltiplos golpes ou tentativa de impedir o socorro.
Com a desclassificação, Andreia responde ao processo em liberdade, conforme já havia sido determinado em habeas corpus anteriormente concedido pelo Tribunal de Justiça. Ela deve seguir cumprindo as medidas cautelares impostas.
Caso - O crime ocorreu na tarde de 8 de março deste ano, na Rua Dolcinópolis, no Jardim Aeroporto, em Campo Grande. O pedreiro, Adailton Cabreira Santana, foi atingido por uma facada no pescoço e não resistiu aos ferimentos. Andreia, sua companheira há cerca de dois anos, foi presa em flagrante.
Vizinhos relataram histórico de brigas frequentes entre o casal. “Brigavam, ela mandava ele ir embora e eles sempre voltavam”, disse uma das vizinhas ao Campo Grande News, na época.
A filha da suspeita, de 26 anos, também informou que a mãe tinha medidas protetivas contra Adailton e que ele costumava agredi-la. “Ele batia muito nela. Acredito que ela tentou se defender”, afirmou.
Conforme a sentença, testemunhas confirmaram em juízo que Adailton já havia sido violento com Andreia em outras ocasiões. No dia do crime, porém, a dinâmica exata ainda era incerta: Andreia alegou que o companheiro a teria ameaçado com uma faca e que ele próprio teria se ferido durante a briga, versão contestada por parte do relato policial inicial, mas considerada plausível no conjunto das provas.
A perícia esteve no local, a arma foi apreendida e o caso foi inicialmente investigado pela Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia). A denúncia por homicídio simples foi oferecida pelo Ministério Público, mas, após a fase de instrução, o juiz concluiu que não havia elementos suficientes para caracterizar dolo.
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