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Capital

Para "evitar novos crimes” juiz nega soltar estagiário que fingiu ser advogado

Bruno Henrique Aristimunho Lima foi preso dia 30 de outubro e é acusado de golpe de mais de R$ 600 mil

Por Ana Paula Chuva | 23/11/2024 15:50
Registro de Bruno foi cancelado no Cadastro Nacional de Advogados (Foto: Reprodução)
Registro de Bruno foi cancelado no Cadastro Nacional de Advogados (Foto: Reprodução)

O juiz Roberto Ferreira Filho manteve a prisão preventiva de Bruno Henrique Aristimunho Lima, preso por estelionato e porte ilegal de arma de fogo no dia 30 de outubro deste ano. Ele é acusado de se passar por advogado e exigir dinheiro das vítimas para supostamente dar andamento em processos.

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O juiz Roberto Ferreira Filho negou o pedido de liberdade para Bruno Henrique Aristimunho Lima, preso por estelionato e porte ilegal de arma. Apesar da defesa argumentar que o crime possui menor potencial ofensivo e que Bruno é réu primário, o juiz considerou a gravidade do crime (mais de cem estelionatos resultando em prejuízo de R$ 602 mil) e o porte de arma com numeração raspada como justificativas para manter a prisão preventiva. A decisão também leva em conta a necessidade de garantir a ordem pública e evitar a prática de novos crimes, considerando as diversas ações penais em curso contra Bruno e sua possível participação em organização criminosa envolvendo golpes e revenda de mercadorias furtadas.

A defesa de Bruno entrou com o pedido de liberdade no dia 6 de novembro. No documento, o advogado Jefferson Nascimento Bezerra afirma que o crime que o cliente supostamente praticou tem menor potencial ofensivo e ele se compromete a ressarcir os prejuízos da vítima que o acusa do golpe de mais de R$ 600 mil.

Além disso, o defensor pontua que o acusado não tem nenhuma condenação por crime doloso, ou seja, se enquadra como réu primário. “Logo, a liberdade do suposto infrator é medida que deve ser imposta, sendo este apenas o primeiro dos vários motivos aptos a justificar a liberdade provisória de Bruno Henrique”, escreve Jefferson.

Na quinta-feira (21), o pedido foi analisado pelo juiz Roberto Ferreira que decidiu negar a liberdade para Bruno. O magistrado afirma que a prisão é necessária para garantir a ordem pública, assim como a instrução criminal e a aplicação da lei.

“Conforme narra a denúncia, o réu teria praticado, por mais de cem vezes, estelionato em desfavor da vítima que causou prejuízo, em tese, de R$ 602 mil, o que demonstra a necessidade de se aguardar a instrução criminal [...] além do fato de o acusado ter sido flagrado portando arma de fogo com numeração raspada, assim há indícios de práticas de crimes cujas penas máximas são superiores a quatro anos”, declarou o juiz.

Por fim, Ferreira destaca que manter Bruno preso evitará ainda a prática de novos crimes já que, apesar de ser tecnicamente primário, o réu tem diversas ações penais em curso que apontam o mesmo delito supostamente praticado por ele.

Organização criminosa - Além da acusação de estelionato, Bruno foi citado e denunciado por envolvimento no grupo que aplicava golpes em diversas empresas e depois revendia mercadorias. A organização foi alvo de operação da 3ª Delegacia de Polícia Civil que acabou levando à prisão o proprietário da Alemão Conveniência e da Maximus Chiparia, em Campo Grande, por compra de fécula de mandioca furtada pela quadrilha.

Bruno foi apontado como o responsável por pagar os entregadores que eram usados pela quadrilha para buscar a mercadoria nas empresas. O grupo negociava o pagamento dos produtos através de boleto e depois revendia tudo. O caso já foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas continua sendo investigado.

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