O império da Inteligência Artificial
Ainda que para muitos não esteja claro, as empresas que construíram a Inteligência Artificial, não são simples negócios que oferecem serviços e produtos. Dado o grau de influência em quase todas as esferas da sociedade, a forma que estão alterando fisicamente o planeta e o grau de mudança da politica, geopolítica, e sistemas educativos, estamos frente a impérios. As táticas dessas empresas para monopolizar são as mesmas que a dos impérios antigos. Não há diferença.
Os recursos são seus e de mais ninguém.
O primeiro paralelismo com os impérios antigos é sobre recursos naturais. Os minérios, especialmente, são deles e estão reescrevendo as regras para sugerir que, de fato, sempre foram deles. Um dos casos minerais é o das terras raras, mas não é só delas, há muitos outros. Não é Trump que os desejam, são as empresas de alta tecnologia. É a mesma tática que usaram para copiar todos os dados da internet argumentando que são gratuitos. De onde tiraram essa ideia da gratuidade? Estudando a história do imperialismo, como agiam, é a resposta óbvia.
Mão de obra barata.
O segundo paralelismo com os impérios é a extraordinária quantidade de mão de obra que estão explorando a custo baixíssimo. Os impérios sempre obtiveram um valor econômico significativo dos grandes forças de trabalho. Pagam salários miseráveis em diferentes partes do mundo para produzir suas tecnologias. E estão criando tecnologias de automatização do trabalho que promovem a perda de emprego para milhões de pessoas. Não há nada de novo: os impérios sempre fizeram exatamente isso com as sociedades onde se instalaram.
O monopólio do conhecimento.
O terceiro paralelismo que consigo perceber é que os impérios sempre monopolizaram a produção do conhecimento. Durante a última década, temos visto como a industria da Inteligência Artificial cooptou os principais cientistas do mundo. Logo mais, essas empresas serão as únicas proprietárias do conhecimento universal… e os venderão a preço inimaginável.
Império bonzinho?
Os impérios sempre colocaram em discussão que há os bons e os maus. Conversa fiada. Os bons, teriam uma missão civilizadora, levando o progresso e a modernidade. Os impérios malvados, podiam devastar a humanidade. É exatamente esse tipo de retórica que estão usando para enganar incautos. E como estão enganando… Conheço inúmeros cérebros de boa qualidade que estão empolgados com o novo imperialismo. Café, manga, açaí, carne… esse é um debate secundário no mundo. Tem a mesma importância de quem pode vender apito, miçanga ou agulha. É por isso que gente como os irmãos Joesley e Wesley disputam esse nicho. A grande economia mundial não tem interesse em dominar esses setores produtivos. Só há um grande arrebatamento: quem dominará a Inteligência Artificial, quem dominará o mundo?
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