Pobres ricos fazendeiros de Miranda e suas fazendas sem limites
Os primeiros fazendeiros de Miranda viviam na mais ingente pobreza. Qualquer favelado de nosso tempo, comparativamente, vive em condições muito melhores que eles. Seus inventários são chocantes. Vivam em taperas cobertas de palha com uma quantidade diminuta de objetos para cama e cozinha. O mais rico deles, diz que sua fortuna era um par de brincos de ouro, ainda assim, descrito como vagabundo. Suas boiadas também eram insignificantes, muitos não tinham sequer cinquenta cabeças de vaca. Talvez ocupassem extensas terras, mas a maioria sequer tinha ideia de quantos hectares dispunham para criar o gado.
19 fazendeiros, 11 interrogações.
Em um estudo de inventários da Miranda do fim do século XIX, realizado pela historiadora Elaine Cancian de Almeida, verificou-se que de dezenove fazendeiros, onze deles não sabiam o tamanho de suas terras. Os oito proprietários bem informados, dispunham de pelo menos 1.600 hectares. O mais rico desses pobres homens, podia contar com a gigantesca propriedade 52 mil hectares.
Os 19 pioneiros.
A maioria deles, pertencia a famílias originárias de Poconé e arredores, no vizinho Mato Grosso. Alguns, haviam fugido de uma guerra entre brasileiros e portugueses , denominada “Rusga”, que por lá tinha ceifado muitas vidas. Aqueles que declararam em seus inventários o tamanho de suas terras eram: Manoel José Pinto, proprietário de 17 mil hectares; Geraldo Thomé da Costa, com 4 mil; David de Oliveira, que tinha 1.600 hectares; Antônia Maria de Barros, com 17 mil; Canuto de Faria, com 19 mil; Manoel José Pinto, com 17 mil; Francisco Alves Ribeiro, proprietário de 4 mil hectares; e o maior dono de terras da região: Pedro Luiz de Amorim, dono de 52 mil hectares.
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