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Segurança e Cidadania

Ministros do Mercosul criam comissão contra o crime organizado nas fronteiras

Proposta é contar com a cooperação com os países vizinhos; MS é zona-chave do narcotráfico, segundo pesquisa

Por Silvia Frias | 14/11/2025 08:08
Ministros do Mercosul criam comissão contra o crime organizado nas fronteiras
Encontro foi realizado em Brasília com representantes de 9 países sul-americanos (Foto/Divulgação)

Ministros e representantes de nove países sul-americanos criaram a Comissão da Estratégia do Mercosul contra o Crime Organizado Transnacional. O objetivo é guiar e otimizar a articulação do Mercosul no combate às organizações criminosas que atuam em mais de um país.

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Ministros e representantes de nove países sul-americanos estabeleceram a Comissão da Estratégia do Mercosul contra o Crime Organizado Transnacional. A iniciativa, liderada pelo ministro Ricardo Lewandowski durante a presidência brasileira do bloco, visa otimizar o combate às organizações criminosas que atuam em múltiplos países. O encontro contou com a participação de Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Panamá. A comissão reconhece a segurança pública como prioridade regional, destacando a necessidade de cooperação entre os Estados Partes e Associados na prevenção, investigação e repressão do crime organizado e narcotráfico.

O encontro foi realizado em Brasília, sendo solicitado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Contou com a participação de Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Panamá e teve a assinatura formalizada ontem (13). Neste momento, o Brasil exerce a presidência do grupo.

De acordo com o documento, a luta contra o crime organizado transnacional é uma questão prioritária do bloco econômico, além de refletir a crescente atenção dedicada à agenda da segurança pública, tanto no âmbito interno dos estados como de forma regional.

Ainda segundo o instrumento, o Mercosul conta com mecanismos ágeis de relacionamento e cooperação entre as autoridades competentes dos Estados Partes e Estados Associados na prevenção, investigação e repressão do crime organizado e do narcotráfico, entre outros crimes.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, presidiu a reunião com os demais ministros do Mercosul e afirmou que o combate ao crime organizado deve transcender as fronteiras. “O ambiente de segurança pública cria condições propícias para o desenvolvimento, mas a criação de um ambiente de segurança pública requer a superação de um desafio global, que é o combate ao crime organizado transnacional. O crime afeta todos os países, independentemente do nível de desenvolvimento de regiões geográficas, de visões políticas ou ideológicas”, disse.

No Brasil, ainda de acordo com Lewandowski, o combate ao crime organizado transnacional começa nas fronteiras, sobretudo na cooperação com os países vizinhos. “Queremos integrar o plano doméstico com uma estratégia regional construída com os nossos parceiros prioritários”, ressaltou.

O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera Escudero, afirmou que a segurança pública é um direito essencial de todo o cidadão. “Um Estado onde não tem segurança, não há nada. Se torna inviável aplicar qualquer política pública. Ela não é apenas uma das políticas públicas, e sim a primeira e a mais importante. Não existe saúde e educação sem segurança”, concluiu.

Mato Grosso do Sul é descrito no Atlas da Violência 2025 como o principal entreposto logístico de drogas e armas do Brasil. A pesquisa, divulgada pelo Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo FBSP Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que o território é rota estratégica do tráfico internacional, por onde passam cerca de 80% da cocaína e da maconha que entram no país.

A Rota Bioceânica, que será novo corredor de escoamento da produção do Brasil, passando por MS, também é fator de preocupação. Com maior circulação de veículos de carga e passageiros, cresce a possibilidade de que drogas, armas e mercadorias ilegais sejam ocultadas em meio a cargas regulares e cruzem fronteiras com menor risco de detecção.

A PRF Polícia Rodoviária Federal informou que haverá criação de uma nova Unidade Operacional da corporação em Porto Murtinho, ponto de entrada da rota no país. A base servirá para ampliar o controle do trânsito de cargas e passageiros, mas também atuará diretamente na fiscalização de crimes transfronteiriços.

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