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Economia

Além de aliviar contas, 13° será usado para investimento e até reforma da casa

No Estado, o salário extra vai movimentar R$ 3,1 bilhões na economia

Izabela Cavalcanti e Bruna Marques | 12/11/2022 08:41
Consumidores andando no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Consumidores andando no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

O pagamento do 13° salário, como todo ano, é um alívio aos trabalhadores. Enquanto alguns usam o dinheiro extra para pagar dívidas e sair do "vermelho", outros preferem reformar a casa ou investir em gastos pessoais.

No caso da funcionária pública Rita de Cássia, de 57 anos, o valor será usado para pagar contas e reformar sua residência. "Vou pagar conta e, geralmente, eu reformo a minha casa, faço alguns reparos. No ano passado eu coloquei grade na janela e aproveitei também para comprar presente de Natal para o meu neto e meus sobrinhos pequenos. Podemos pagar as dívidas e investir, pior seria se eu não tivesse direito ao 13°", disse.

O produtor Claudemir Cândido, de 23 anos, por estar há apenas 2 meses no emprego, vai receber o proporcional e juntar com o que já tem guardado para comprar uma televisão.

“É pouco, mas vou juntar com o que já tenho porque quero comprar uma televisão nova para minha casa. Vou vender a que eu já tenho para comprar uma melhor", comemora.

A babá, Dana Navarro, de 25 anos, conta que dessa vez vai juntar o salário extra com o do marido para emitirem o passaporte e irem morar na Europa.

Dana Navarro pretende usar o 13° salário para tirar o passaporte (Foto: Marcos Maluf)
Dana Navarro pretende usar o 13° salário para tirar o passaporte (Foto: Marcos Maluf)

"Esse ano vou usar o meu e o do meu marido para tirarmos o nosso passaporte. Queremos ir embora para a Europa. Somos da Venezuela e já estamos no Brasil há seis anos. Para tirar o visto, precisamos ter um carro ou uma casa no nosso nome. Como moramos de aluguel vamos investir em um carro", ressalta.  Ela lembra que nos outros anos já conseguiu comprar uma moto com o dinheiro do 13° salário.

Já a aposentada, Eudete Bento Gonçalves, de 67 anos, disse que recebeu o dinheiro e nem lembra com o que gastou. “Esse dinheiro ajuda para tudo. É um salário a mais. Já tem dois meses que pagaram o meu décimo, o dinheiro já foi até embora, nem lembro no que eu usei", conta.

Mesmo assim, ela ressalta que é uma pessoa que só compra quando tem dinheiro para pagar à vista. "Eu sou uma pessoa que não faço conta. Eu só compro as coisas quando eu tenho dinheiro para pagar à vista".

Segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o montante a ser movimentado na economia de Mato Grosso do Sul, é de R$ 3.185.651.027,36, sendo recebido por 1.080.316 de funcionários com carteira assinada.

Estratégias - Conforme o economista Eugênio Pavão, o 13°, geralmente, é destinado para o consumo, mas também para o pagamento das contas. O indicado é planejar e negociar as dívidas.

"O ideal é, primeiro, negociar as dívidas com as fornecedoras, água, energia, empresas, bancos, tendo a consciência de ter a capacidade de pagar essas dívidas, para não se tornar novamente inadimplente", destaca.

O importante, também, é pagar as dívidas que estejam gerando juros maiores para evitar mais acúmulo. "Pagar as dívidas com maiores juros, pois assim evita o crescimento do montante devido. Depois pagar os juros menores. Com essa estratégia, planejar as finanças para o início do ano, IPTU, materiais escolares, matrículas", completa.

"Com essa programação feita, e sobrando dinheiro, o próximo passo é o de poupar, para fazer crescer o 'suado' dinheiro", finaliza Pavão.

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