Casal constrói cabana parar repousar entre morros e ouvir a natureza
Construção nasceu para abrigar desejo antigo por um pedaço de terra onde o silêncio fosse rotina
Vista de cima, a Cabana Serena parece ter sido “colocada” com cuidado na paisagem, com mata que avança pelas laterais e o paredão avermelhado dos morros de Camisão, ao fundo. O telhado acompanha a inclinação do terreno e lembra que, antes de se tornar hospedagem, a construção nasceu para abrigar um desejo antigo, o de Silvia Feiten e Paulo César Sanguina Pinto, por um pedaço de terra onde o silêncio fosse rotina e não exceção.
RESUMO
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Em Camisão, Silvia Feiten e Paulo César Sanguina Pinto realizaram o sonho de construir uma cabana integrada à natureza. A Cabana Serena, como foi batizada, possui design contemporâneo com paredes em EPS rebocadas, grandes janelas e telhado que acompanha o relevo local. O espaço, que acomoda até quatro pessoas, conta com cozinha integrada, mezanino suspenso e decoração que mistura peças de viagens do casal. A hospedagem oferece fatbikes para exploração da região e está em fase de implementação de piscina e paisagismo, mantendo o compromisso com a preservação do ambiente natural.
“Meu marido e eu sempre gostamos do mato, de pedalar, de caminhar por trilhas”, conta Silvia. “A gente sonhava com uma casinha no campo, mas sem a manutenção pesada de um sítio. Quando vimos a vista daqui, entendemos na hora: era aqui.”
O terreno fica no Condomínio Paraíso da Serra II, em Camisão, com a mata literalmente tocando as laterais da casa; o projeto se integra ao relevo de um jeito intuitivo, quase como se tivesse se retraído para deixar que as árvores continuem conduzindo a paisagem.
O batismo da cabana não veio de brainstorm, consultoria ou pesquisa de mercado. Ele aconteceu em tempo real, nas manhãs. “Depois de alguns pernoites, meu marido disse: ‘E se chamasse Serena?’”, lembra Silvia. “Concordei na hora. É exatamente isso que o lugar faz: a gente chega aqui e serena.”
As imagens externas revelam a escolha precisa por paredes em EPS (poliestireno expandido) rebocadas, solução muito mais condizente com o calor de Camisão do que o tradicional chalé alpino que virou tendência na região. A fachada combina textura terrosa, madeira e grandes panos de vidro que se abrem para a varanda. No entardecer, a luz amarela que sai do interior parece aquecer a casa por fora, um efeito que reforça o acolhimento, mas sem exagero estético para os donos.
A decisão de não trabalhar com arquiteto não foi improviso; foi intencional. “Sabíamos exatamente o que queríamos. Queríamos uma casa prática, fresca e aberta para a vista”, diz Silvia.
O interior é um grande espaço integrado de pé-direito alto, onde a cozinha, a sala e a mesa de refeições convivem com naturalidade. O piso e as bancadas em cimento queimado trazem continuidade visual, enquanto o mezanino suspenso sobre cordas rústicas dá leveza à estrutura. A imagem noturna destaca o equilíbrio entre o rústico e o contemporâneo: pendentes de fibras iluminam a mesa de jantar; já na bancada da cozinha, lâmpadas de filamento reforçam a atmosfera artesanal.
Um dos pontos mais charmosos está do lado de fora com o fogão de duas bocas apoiado em uma antiga base de máquina de costura, ao lado da churrasqueira de lenha, uma solução simples e cheia de memória afetiva.
A cabana não é uma casa para “se trancar dentro e não sair mais”. Silvia faz questão de reforçar: “A gente quis o contrário do padrão da região. Não queríamos uma hospedagem tão sofisticada a ponto de o hóspede não ver Camisão. Queremos que ele conheça, que pedale, que vá até a vila, que viva a região.” Por isso, a cabana oferece duas fatbikes para explorar o entorno.
As fotos internas revelam uma cozinha pensada não para fotos, mas para o cotidiano: utensílios acessíveis, prateleiras simples, panelas, cafeteira italiana, temperos à mão e azulejos estampados que compõem o conjunto com o cimento queimado. “Meu marido e eu amamos cozinhar”, diz Silvia. “Queríamos que qualquer pessoa pudesse preparar café, almoço, jantar… tudo com vista para a mata.”
O mezanino, visível pelo grande painel de vidro frontal, abriga a cama. É desse ângulo que Silvia vive o momento de que mais gosta na cabana: “Acordar, virar para o lado e ver o dia nascendo nos morros. É meu momento de felicidade plena.”
A decoração tem muitas peças foram trazidas de viagens do casal. Outras vieram da própria história de Silvia, como o toca-discos de infância, que vira atração para hóspedes que redescobrem o vinil ali, no meio do mato.
O lugar recebe hóspedes em estadias de uma a cinco noites, via Airbnb ou Instagram. A casa acomoda até quatro pessoas e conta com dois banheiros, um sofá-cama e enxoval completo.
O próximo passo é a instalação da piscina, prevista para dezembro, seguida do paisagismo, etapa que requer paciência para lidar com cupins, formigas e toda fauna que compartilha o terreno. “A gente está tentando fazer tudo com cuidado, junto com moradores antigos de Camisão, que hoje trabalham com a gente. Tem muito amor envolvido.”
O futuro, para Silvia, é simples: “Queremos que a cabana seja um destino querido. Nada grandioso. Só querido.”
O telefone para contato é (67) 99829-1670 (WhatsApp).
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