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Comportamento

Aos 10 anos, Cecília é doida pela natureza e já avistou 400 aves

A jovem observadora de pássaros começou a se aventurar com uma câmera e um binóculo aos 7 anos de idade

Por Idaicy Solano | 21/11/2024 07:22
Aos 10 anos, Cecília coleciona mais de 400 avistamentos (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 10 anos, Cecília coleciona mais de 400 avistamentos (Foto: Arquivo Pessoal)

Com apenas 10 anos de idade, a jovem observadora de pássaros Cecília Monteiro já deu a sorte de esbarrar em mais de 400 espécies de pássaros pelo país. Equipada com sua câmera e seu binóculo, ela segue se aventurando por Mato Grosso do Sul e em outros Estados, em busca de registrar momentos emocionantes ao aguçar o olhar para a natureza.

Cecília pratica a observação de pássaros há três anos, mas o amor pela natureza e pelas aves já acompanhava a criança desde que ela passou a se entender como gente. O pai, Fábio Monteiro, de 50 anos, comenta que aos sete anos, Cecília foi pela primeira vez ao Pantanal e ficou encantada com as aves.

Logo depois disso, eles conheceram o ‘Vem Passarinhar MS’, um evento que promove saídas gratuitas para observação de aves em vários locais de Mato Grosso do Sul, organizado pelo Instituto Mamede. 

Participar das atividades foi um “despertar” na vida de Cecília, pois através das passarinhadas, ela passou a aprender sobre a interação entre todos os seres vivos na natureza, e a perceber como ela mesma era parte disso.

A partir daí, todos os aniversários dela foram com as aves. O de oito anos foi comemorado no Pantanal, e quando completou nove, ganhou uma “Aniversarinhada” no Parque Estadual Matas do Segredo. Para celebrar seus 10 anos, a observadora de pássaros comemorou com uma Corujada no Parque Sóter.

Passarinhada na trilha do Parque Estadual Matas do Segredo (Foto: Arquivo Pessoal)
Passarinhada na trilha do Parque Estadual Matas do Segredo (Foto: Arquivo Pessoal)

Além disso, Fábio compartilha que a cerca de um ano atrás, ele fez um curso de condutores de aviturismo, do qual Cecília também participou. Ele expressa que a filha gosta bastante de apresentar a atividade de observar pássaros para as pessoas e levar os turistas até os pontos de avistamento. 

Dentro de casa, a família inteira também é bastante ligada a prática. Fabio relata que sempre que saem na rua, e até mesmo dentro de casa, todos estão sempre “passarinhando”, ou seja, sempre atentos aos sons da natureza e as visitas inusitadas dos passarinhos. 

 “A gente considera muito como uma reconexão com a natureza, o fato de você estar observando animais, no caso as aves, que muitas vezes passam despercebidas. Quando você aguça o olhar, os ouvidos, você se sente mais pertencente a tudo isso, então é muito importante para a gente essa atividade”, expressa. 

Cecília já participou das expedições “Elas em Emas”, onde foram só mulheres para o Parque Nacional das Emas e da Chaco-rota-bioceânica, em Porto Murtinho. Em Mato Grosso do Sul, ela também já percorreu o Pantanal, na região da Nhecolândia, Rochedo, e os distritos de Camisão e Piraputanga. 

Passarinhada no Estado de Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)
Passarinhada no Estado de Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)

Pelo país, Cecília foi passarinhar na Reserva Kaetés e na Reserva Água Branca, e na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo, e esteve presente na atividade Avistar da USP (Universidade de São Paulo).

“O avistamento mais marcante para a Cecília foi o encontro com a coruja preta no Big Day de outubro deste ano. Foi no Pantanal da Nhecolândia”, comenta o pai.

Todas as andanças e avistamentos são registradas por Cecília na plataforma de ciência cidadã E Bird, mas Fábio conta que no início Cecília fazia os registros a mão em um caderninho, feito por ela mesma. “Depois ela aprendeu a usar o aplicativo. Muitas espécies não foram colocadas na plataforma, porém, ela já possui 414 espécies registradas”, completa.

Hoje, Fábio conta que a família inteira está engajada na questão da preservação ambiental, principalmente do Parque dos Poderes e seu entorno, que é um local onde Cecília costuma passarinhar bastante, inclusive no caminho para a escola.

Cecília ao lado de pesquisadores da Reserva Kaetés, em Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)
Cecília ao lado de pesquisadores da Reserva Kaetés, em Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)

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