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Comportamento

Chamamé é “herança” que Aristide deixou para filho e bisneto

“Baile da Fronteira” é canção que embala história que começou em 1986, e permanece viva através da música

Por Idaicy Solano | 30/11/2024 07:25
Theo, de quatro anos, e o avô Rosalino, no palco tocando Chamamé (Foto: Arquivo Pessoal)
Theo, de quatro anos, e o avô Rosalino, no palco tocando Chamamé (Foto: Arquivo Pessoal)

A história que o cozinheiro Rosalino do Rosário, de 54 anos, conta, teve início em 1986 e é embalada pela canção “Baile na Fronteira”, elo que une três gerações, e mantém viva a memória do pai, Aristide do Rosário, que faleceu de câncer aos 79 anos.

Aristide era músico, tocador de Chamamé, bom de viola e apaixonado pelo gênero regional. Sua música favorita, citada acima, foi a “herança” deixada para o filho, Rosalino, e posteriormente passada para seu neto, Théo do Rosário Ferreira, de apenas cinco anos.

“Depois que meu pai morreu, a 29 anos atrás, eu peguei amor por essa música, porque ela simboliza o meu pai vivo para mim. E aí meu neto também pegou amor pela música por causa do meu gosto, do meu jeito”, expressa.

Apesar da pouca idade, a criança é cheia de personalidade. Rosalino, descreve que a atividade favorita de Théo é "laço e boi", e a criança só se veste com bota, cinto, calça jeans, camisa e chapéu. Mas o maior orgulho do avô é que, quando o pequeno sobe aos palcos, encanta a todos ao imitar os trejeitos dos músicos, com sua mini sanfona.

O jeitinho meigo da criança e o amor genuíno pela música regional, emociona toda a família, especialmente a avó, Gilvanete Aparecida do Rosário, de 50 anos, que comenta que se emociona toda vez que o neto sobe no palco, ou pega a sanfona para acompanhar as rodas de chamamé nas reuniões de família.

Já para o avô, Rosalino, ver o "legado" musical da família ser passado adiante é uma maneira de manter o falecido pai vivo através da música.

"No aniversário de dois anos, eu contratei o grupo Danilo da Gaita, e ele ficou com eles, agindo como músico, então a gente deu uma sanfoninha de brinquedo. Quando a gente viu que ele tinha um pouco de habilidade pra mexer com o instrumento, compramos uma maior. Isso para mim é uma inspiração muito grande, porque era um sentimento meu, que eu passei pra ele. Sempre que toca a música [Baile na Fronteira] ele automaticamente sobe no palco e se comporta como um músico", relata Rosalino.

Theo no palco com grupo de chamamé do sul (Foto: Arquivo Pessoal)
Theo no palco com grupo de chamamé do sul (Foto: Arquivo Pessoal)
Com apenas quatro anos, garoto anda de botina, chapéu e com a sanfona nos braços (Foto: Arquivo Pessoal)
Com apenas quatro anos, garoto anda de botina, chapéu e com a sanfona nos braços (Foto: Arquivo Pessoal)

Atualmente, avô e neto são a principal atração dos almoços com churrasco dançante que Rosalino faz aos domingos. Rosalino relata que desde criança demonstrava talento na cozinha, e que o sonho do pai era poder dar um restaurante para ele. Este sonho, Aristide não pôde cumprir, mas após seu falecimento, Rosa passou a fazer questão de relembrar a memória do pai no evento.

“Com o tempo, eu consegui montar meu buffet. Ele era apaixonado pela música Baile na Fronteira, que é hoje o nome do meu evento”, finaliza.

Aristide ao lado da esposa, Olinda; ele foi o responsável por ensinar o amor à música ao filho (Foto: Arquivo Pessoal)
Aristide ao lado da esposa, Olinda; ele foi o responsável por ensinar o amor à música ao filho (Foto: Arquivo Pessoal)

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