Edgar driblou a sentença de morte e retomou a paixão por patinar aos 65
Após ouvir diagnóstico devastador, mecânico se reinventou e fez da rotina um exemplo de superação
Aos 65 anos, o mecânico Edgar Chaves Ozório reaprendeu a viver depois de ouvir que tinha um câncer espalhado pelos ossos e “pouco tempo de vida”. A sentença veio em 2016, depois de uma dor no peito e na coluna que começou de repente, no trabalho, e o deixou sem conseguir andar.
RESUMO
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Edgar Chaves Ozório, mecânico de 65 anos, superou um diagnóstico de câncer ósseo terminal recebido em 2016. Após uma cirurgia e intensa fisioterapia, ele recuperou os movimentos das pernas em oito meses, contrariando o prognóstico médico inicial que indicava pouco tempo de vida. Atualmente, além de auxiliar no negócio familiar de bolos, Edgar voltou a praticar patinação, sua antiga paixão. Ele também dedica seu tempo a apoiar pessoas que recebem diagnósticos semelhantes, oferecendo suporte emocional e compartilhando sua experiência de superação.
Hoje, quase dez anos depois, ele conta a própria trajetória para ajudar quem enfrenta o mesmo processo e faz isso enquanto mantém uma rotina ativa, ajudando a esposa no negócio de bolos da família e até mantendo a paixão de anos pelo patins.
A história de Edgar começa em uma tarde na oficina onde ele trabalhava há mais de 20 anos. Ao retirar uma peça do carro, ele sentiu uma dor tão aguda que descreve como “uma facada”.
O incômodo piorou nos dias seguintes, mas nenhum atendimento trazia resposta. Em menos de uma semana, o mecânico perdeu o movimento das pernas. “Falei para minha esposa que ia precisar de cadeira de rodas porque minhas pernas estavam sumindo”, comenta.
Só quando foi internado na Santa Casa é que um médico, analisando os exames, notou algo grave. Uma ressonância revelou que a origem da dor era um tumor entre as vértebras que empurrava os ossos e comprimia a medula. A neurocirurgiã responsável alertou que a medula poderia romper a qualquer momento e que era preciso operar imediatamente.
Mesmo sem entender a dimensão do problema, Edgar recebeu a notícia que ninguém quer ouvir. O câncer estava espalhado pelos ossos e o prognóstico era o pior possível. Ainda assim, ele lembra que manteve a tranquilidade. “Eu estava na mão de Deus”, conta.
Mesmo com todo o cenário negativo, o mecânico se manteve confiante. Passou pela cirurgia e, entre uma crise de dor e outra, repetia para os médicos e para si mesmo que voltaria a andar, que faria fisioterapia até cansar e que não ia se entregar.
Na luta por ter a vida e a independência de volta, o que começou como exercício mínimo, de mover o tronco ou sustentar o peso por segundos, virou caminhada curta e depois passos firmes. Oito meses depois, contrariando todo o prognóstico, ele estava em pé de novo. “Daqui uns dias estou nos meus patins”, prometeu ele. E cumpriu.
Após a recuperação e a cura que impressionou até a equipe médica, Edgar precisou deixar a profissão que exerceu por mais de duas décadas. Apesar disso, ele se recusou a passar os dias preso dentro de casa. A mesma força que o tirou da cama também o empurrou para fora.
Hoje, de tanto teimar em retomar a vida, ele chegou lá. A rotina é diferente, mas ele segue ativo e se recusa a parar. No dia a dia, ele ajuda a mulher no negócio de bolos da família e conseguiu finalmente retomar a rotina com o patins, uma paixão da qual ele sentia tanta falta nos meses em que ficou sem andar.
“Os patins me ajudaram muito. Ter a rotina de fazer os movimentos e os exercícios foi fundamental para a minha recuperação. Poder voltar a patinar com o pessoal foi uma ajuda para o corpo e para a mente”, analisa.
Além de patinar “para manter o corpinho”, como brinca, Edgar usa o tempo que tem para atender quem acabou de receber um diagnóstico parecido com o dele. Ele se oferece para ouvir, conversar, dividir medos que conhece de perto.
O mecânico que ouviu que não tinha cura virou a pessoa que ele mesmo precisou lá atrás. “Eu sempre me ofereço pra ouvir e ajudar quem precisa e quem está passando por esse período. Ter alguém para conversar e pra te motivar é muito importante nesse processo. Eu venci essa fase difícil e quero ajudar a quem precisa”, finaliza.
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