Emerson venceu prêmio de redação com memórias do avô analfabeto
Desde criança, menino sempre ouviu sobre a história contada pelo avô e decidiu eternizar o relato
Desde as primeiras memórias em família, o estudante Emerson Pedroso, de 13 anos, sempre ouviu o avô contar a história de um indígena que se perdeu na floresta. Segundo o patriarca, Tomás Pedroso, a história verídica foi contada pelo pai e passada adiante por gerações.
RESUMO
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Emerson Pedroso, um estudante indígena kadiwéu de 13 anos, conquistou o segundo lugar em um concurso de redação na Feira Literária de Bonito. Seu texto, "O indígena na floresta", narra a história de um indígena perdido, baseada nas memórias de seu avô, Tomás Pedroso, que é analfabeto. A conquista emocionou a família, especialmente o avô, que viu sua história finalmente registrada pela escrita do neto. O jovem autor, aluno do 8º ano, ouviu atentamente o relato do avô para compor a redação. Além do reconhecimento, Emerson ganhou uma bicicleta. A mãe, professora Lenara Pedroso, expressou orgulho pela conquista do filho e destacou a importância da educação na família. Inspirado pela premiação, Emerson planeja escrever um livro com outras histórias contadas pelo avô, preservando, assim, a tradição oral de sua família.
Depois de tanto ouvir sobre o indígena perdido, a história foi eternizada pela escrita atenta do neto estudante do 8° ano do ensino fundamental. Com o texto, o menino que é indígena kadiwéu e mora em um assentamento na cidade, conquistou o 2º lugar no concurso de redação da 9ª edição da Flib (Feira Literária de Bonito), tornando público o que até então era apenas história de família.
No texto “O indígena na floresta”, o adolescente da vida às memórias do avô, que é analfabeto e nunca pôde escrever as histórias que sabia. Coube ao neto transformar a lembrança em escrita.
“Quando me passaram o tema na hora eu pensei em fazer a história do meu vô. Ele sempre contou que o Patrício dele se perdeu na floresta, é uma lembrança que traz tristeza e, ao mesmo tempo, alegria pra ele. Então decidi escrever para reconhecer nossa história kadiwéu”, contou Emerson.
Para escrever a redação, Emerson voltou a ouvir o avô. “Passei uma hora escrevendo. Pedi para ele recontar e, a partir daí, fui montando”, detalha.
O esforço lhe rendeu, além do reconhecimento, uma bicicleta como prêmio. “Eu gostei muito, estou feliz. Estava meio ansioso na hora de subir no palco, mas valeu a pena”, pontuou.
A conquista também emocionou a mãe, professora Lenara Pedroso, que ensina na mesma escola onde o filho estuda.
“Dentro da nossa casa a educação sempre foi levada muito a sério. Sempre acompanhei as tarefas, porque acredito que sem educação não vamos a lugar nenhum. Ver meu filho escrever essa história e ganhar esse título foi um orgulho enorme”, relata.
Lenara lembra que, para o pai dela, ver a narrativa finalmente escrita foi a maior recompensa. “Meu pai disse para o Emerson que o prêmio maior era ver a história escrita. Ele sempre contou, mas nunca pôde escrever. Quando viu que o neto conseguiu colocar no papel, ele ficou muito emocionado. Disse que o Emerson tinha conseguido colocar a história dele em um roteiro certinho”, detalha.
Agora, a premiação abriu portas para novos sonhos e Emerson já pensa em escrever um livro com todas as histórias guardadas pelo avô. “Ele pretende escrever as histórias que o vô conta. É um projeto que temos conversado e eu falei que estarei aqui para apoiar”, finaliza a mãe.
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