Médico virou abraço para mãe que viu o filho morrer em acidente
Repórter fotográfico do Campo Grande News registrou instante em que gesto de humanidade atravessou a tragédia
A foto foi feita em segundos, mas carrega um silêncio que pesa toneladas. Na imagem registrada pelo repórter fotográfico do Campo Grande News, Juliano Almeida, um médico do Samu acolhe uma mãe que recebeu a pior notícia da vida. O filho havia perdido a vida em um acidente de trânsito.
RESUMO
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Em um momento de profunda dor, o médico emergencista Wagner de Abreu, 41 anos, do SAMU de Campo Grande, demonstrou que a humanidade vai além do dever profissional. A cena, registrada pelo fotógrafo Juliano Almeida, mostra o médico consolando uma mãe que acabara de perder seu filho em um acidente de trânsito. Com experiência desde 2020 no suporte avançado do SAMU, Wagner enfatiza que, mesmo na rotina acelerada de emergências, é fundamental oferecer conforto às famílias. Para ele, pequenos gestos de compaixão são tão importantes quanto salvar vidas, especialmente nos momentos em que a medicina não pode mais intervir.
No meio do barulho das sirenes, da luta contra o tempo e do dever de socorrista, o que se viu foi um gesto de humanidade. Um socorrista que, naquele instante, deixou de ser apenas médico para virar amparo.
O abraço foi dado por Wagner de Abreu, 41 anos, médico emergencista e integrante do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) desde 2020. Ele trabalha em ritmo acelerado, de plantão em plantão, numa rotina em que cada dia é diferente do anterior.
Em Campo Grande, Wagner faz parte do suporte avançado, que atende os casos mais graves. A rotina do Samu é imprevisível e dura. O tempo quase sempre é inimigo, e a maioria das chamadas envolve pacientes entre a vida e a morte.
“É uma área muito voltada para a complexidade. A gente lida com tristeza, com perda. Infelizmente, muitas vezes não conseguimos devolver para aquela família o que eles mais querem, que é a vida”, explica.
No dia da foto, 1º de dezembro, a cena que correu as redes aconteceu após mais um desses atendimentos. Wagner não só anunciou a morte, mas permaneceu ali. Escutou, segurou, ofereceu o silêncio que, segundo ele, às vezes acolhe mais do que qualquer palavra.
“Eu me coloquei no lugar deles. Sou pai de dois meninos e fiquei pensando qual seria a minha reação”, afirma. Segundo o médico, a mãe estava mergulhada nas primeiras fases do luto. Negava, pedia para ver, tentava barganhar com a realidade.
Wagner sabia que nenhuma frase resolveria aquilo. Então ofereceu presença. “A gente sempre lembra de uma frase que é: curar quando possível, aliviar quando necessário e consolar sempre”, destaca.
Trabalhar todos os dias à flor da pele, vivendo extremos, é parte do ofício. E, mesmo assim, o médico garante que a humanidade não se perde, embora precise ser cuidada. Nos últimos anos, ele diz que se reaproximou da religiosidade e passou a enxergar melhor os pequenos gestos, inclusive em casa.
“Hoje eu olho mais para os meus filhos. Tento ser mais cuidadoso. Pequenas ações confortam. E fazem a gente lembrar do que realmente importa”, avalia.
Wagner afirma que o socorrista, apesar da correria do dia a dia, precisa compreender que confortar faz parte tanto quanto tentar salvar. E que, quando a vida já não pode ser devolvida, o cuidado continua e só muda de forma.
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