Projeto gratuito resgata autoestima de mulheres com treinos de ritbox
Projeto ‘Mulher, Você é Única’ já soma mais de 120 alunas inscritas e aulas duas vezes na semana
O que começou como um gesto solidário para ajudar mulheres sem condições de pagar academia, virou um movimento que hoje inspira famílias inteiras no Jardim Itamaracá. O projeto ‘Mulher, Você é Única’ já soma mais de 120 alunas inscritas, aulas com mais de 50 pessoas mesmo no frio, e uma dose diária de autoestima e acolhimento.
A ideia nasceu depois que a professora de educação física Geni Alexandre Cordeiro, se especializou em ritbox, um treino ritmado no compasso de músicas, que mistura polichinelos, agachamentos, corrida e até movimentos de dança.
“É uma modalidade de alta intensidade, divertida por ter música, que proporciona grande queima de gordura e melhora resistência e força”, explica Geni. No entanto, segundo ela, o foco vai além do físico. “É a saúde física e mental. A primeira coisa que a pessoa sente é a autoestima. Por isso, desde o começo, nossa vontade foi ter um trabalho social voltado principalmente para mulheres”, pontua.

Mas o projeto não é feito só de professoras. Nos bastidores e também na linha de frente está Raul Prazeres Santos, marido de Geni e um dos coordenadores do grupo. Ele conta que após o curso de ritbox feito por Geni e uma amiga, Viviane, as aulas começaram online, mas o valor das plataformas impedia o acesso de muitas mulheres.
“A gente resolveu ajudar a comunidade. Um empresário nos cedeu um espaço aqui no Itamaracá e começamos a fazer uma aula por semana, gratuita para quem não podia pagar’”, lembra Raul.
Dez alunas viraram 25. A quadra virou escola. Hoje, são aulas às terças e quintas-feiras, atualmente adaptadas em praças e outros espaços públicos. “Mesmo com o frio dos últimos dias, fizemos aula com mais de 50 pessoas. Nosso bairro está ficando conhecido pelo projeto”, conta Geni.
E o nome Mulher, Você é Única não é por acaso. As histórias que passam pelo grupo são de superação, transformação e empatia. “A gente costuma dizer que o ritbox para nós é mais que um treino, é um estilo de vida. Ver mulher que não conseguia se olhar no espelho hoje se sentir bem com o próprio corpo e com a própria imagem. Isso muda tudo”, avalia.
A proposta acolhe. Maridos que antes apenas acompanhavam as esposas na arquibancada agora estão dançando e suando com elas. “É um ambiente familiar, gostoso. Criou-se um grupo que não para de crescer”, comenta Raul.
Há também acompanhamento emocional. Uma psicóloga voluntária passou a fazer parte da equipe para atender mulheres em situações delicadas. “Já recebemos alunas com depressão, com pensamentos suicidas e encontram no projeto não só movimento, mas sentido para viver”, relata Geni.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.