Novas variedades de abacaxi resistentes à fusariose chegam ao produtor
Novas cultivares combinam resistência total à fusariose, alta produtividade e frutos de qualidade superior

Uma imagem registrada em uma área experimental chamou atenção de pesquisadores e produtores: enquanto uma plantação convencional era praticamente destruída pela fusariose, outra seguia intacta, com frutos sadios e sem qualquer sinal da doença. Nessa área estavam duas novas variedades desenvolvidas para enfrentar o maior problema fitossanitário da abacaxicultura: BRS Sol Bahia e BRS Diamante.
RESUMO
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A fusariose, causada pelo fungo Fusarium guttiforme, é capaz de inviabilizar lavouras inteiras, comprometer o desenvolvimento das plantas e impedir o uso de mudas infectadas em novos cultivos. Como os frutos doentes não têm valor comercial, a resistência genética se torna uma vantagem decisiva, reduzindo perdas, diminuindo custos com fungicidas e aumentando a sustentabilidade do cultivo.
As novas cultivares apresentam um conjunto de atributos considerados superiores pelos pesquisadores:
Resistência total à fusariose, enquanto variedades tradicionais são suscetíveis;
Alto potencial produtivo, chegando a mais que dobrar a média nacional;
Frutos firmes, resistentes ao transporte e com maior vida de prateleira;
Teor elevado de açúcares, acidez equilibrada e sabor excelente;
Poucos espinhos, facilitando o manejo e tornando o trabalho no campo mais seguro.
Os experimentos mostraram resultados expressivos: em áreas onde variedades tradicionais tiveram perdas próximas da totalidade, nenhuma planta das novas cultivares apresentou sintomas da doença. Isso explica o interesse crescente de produtores, que passaram a adotar BRS Sol Bahia e BRS Diamante para reduzir riscos e ampliar a produtividade.
As duas variedades foram desenvolvidas a partir do cruzamento entre uma cultivar amazônica e a variedade Gold (MD-2), seguindo diversas etapas de seleção, testes e avaliações em campo. Os frutos, destinados ao consumo in natura, apresentam peso médio entre 1,3 kg e 1,6 kg, polpa creme e poucas fibras. A colheita ideal ocorre com a casca “colorida”, entre 50% e 75% amarela — ponto em que alcançam melhor equilíbrio de doçura e acidez.
Além da resistência e da qualidade sensorial, um diferencial importante é a boa produção de mudas do tipo filhote, essencial para expansão de área e renovação de plantios. Para garantir acesso seguro e padronizado ao material propagativo, as mudas estão sendo produzidas por micropropagação e integradas à Rede Ananás, que organiza multiplicadores e assegura a oferta de mudas de alto padrão.
As novas variedades representam um salto tecnológico para a cultura do abacaxi, oferecendo ao produtor uma alternativa capaz de combinar produtividade, qualidade e segurança fitossanitária — e, principalmente, vencer a doença que mais prejuízos causa à atividade.

