Dormir com o pet na cama pode ou não pode? Veterinário explica
Contato próximo ajuda no emocional, mas cuidados importantes precisam ser tomados
Com a convivência cada vez mais próxima entre tutores e animais de estimação, dormir na mesma cama com o pet se tornou hábito comum em muitas casas. Mas será que essa prática é saudável? Para o médico veterinário Diogo Mayer Fernandes, da diretoria do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária), a resposta é sim, desde que com os devidos cuidados.
“O contato próximo com o animal, como dormir junto, pode ser positivo, porque fortalece o elo emocional e até ajuda a curar doenças no ser humano. Tem um papel importante no conforto e no apoio psicológico”, explica. Por outro lado, esse mesmo carinho pode esconder riscos se a saúde do pet não estiver em dia.
Segundo Diogo, o principal ponto de atenção são as chamadas zoonoses, doenças que podem ser transmitidas dos animais para os humanos. “As mais comuns são as verminoses. Por isso é essencial manter a vermifugação atualizada. Também há riscos com ectoparasitas como pulgas e carrapatos, além de doenças fúngicas de pele”, acrescenta.
E não basta cuidar do animal. É preciso manter o ambiente limpo e estar atento ao que o bicho faz. “O pet pode lamber as partes íntimas e depois lamber o tutor ou uma criança, por exemplo, o que é um caminho direto para contaminação”, alerta.
Se a decisão for compartilhar a cama, algumas medidas devem ser rotina, como escovação dos pelos, corte de unhas para evitar arranhões acidentais, e banhos com a frequência indicada para cada espécie e pelagem.
“Cães costumam tomar banho semanalmente ou a cada 15 dias, dependendo da raça e do estilo de vida. Já gatos não precisam de banho, mas devem ser escovados com frequência”, pontua.
A higiene se estende à roupa de cama. “Lençóis, cobertores e travesseiros devem ser lavados com frequência. E cuidado com cobertas muito pesadas, que podem causar sufocamento em animais de porte pequeno”, reforça Diogo.
Outro ponto é a prevenção contra acidentes domésticos. “Assim como bebês, os pets também podem cair da cama e sofrer fraturas ou traumatismos. O ideal é usar rampas ou proteger o espaço para evitar quedas, principalmente no caso de animais idosos”, sugere.
Na eterna comparação entre cães e gatos, o veterinário garante que não existe uma resposta única. “Vai depender do comportamento individual e da raça. Tanto cães quanto gatos podem ser tranquilos ou agitados. O importante é conhecer o seu pet e conversar com um veterinário para entender o que é melhor para cada caso”, aconselha.
O recado final é claro. Dormir com o pet não é errado, mas exige responsabilidade. “Não há contraindicação, mas é fundamental seguir uma rotina de cuidados com a saúde e a higiene do animal. Com atenção e carinho, dá para dividir a cama sem abrir mão da segurança e do bem-estar de todos”, conclui.
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