Há 3 anos Luna sumiu de hotel pet, mas Niária não cansa de procurar
Cadela estava na família há 7 anos e mesmo na incerteza, dona diz que nunca vai parar
Por quase sete anos, Luna foi mais do que uma cadela para Niária Santos Sousa, de 27 anos. Era companhia, família e abrigo. Foram anos dividindo a rotina e algumas viagens com a fiel amiga. Agora fica a saudade e o silêncio. Em 2022, a dona deixou Luna em um hotel pet e os responsáveis perderam a cadela. Por mais que ela tenha tentado se convencer de que Luna poderia ter encontrado um novo lar, Niária nunca parou de procurá-la.
RESUMO
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Uma mulher de Campo Grande vive há três anos a dor do desaparecimento de sua cadela Luna, que se perdeu em um hotel para pets em 2022. Niária Santos Sousa, de 27 anos, deixou o animal no estabelecimento durante uma viagem em família, mas foi informada que Luna havia desaparecido dois dias antes de seu retorno. O caso foi levado à Justiça, resultando em uma indenização de apenas R$ 20. Após o trauma, Niária só conseguiu adotar outro cachorro recentemente, desta vez tomando precauções como microchip e identificação por QR code. Luna havia sido companheira da família por sete anos, inclusive durante toda a gestação do filho de Niária, Apolo.
Desde o sumiço, o mundo de Niária perdeu parte da cor. Mesmo depois de três anos, a dor em não ter Luna ao lado machuca todos os dias. A cadela esteve com ela durante toda a gestação do filho Apolo, hoje com três anos. Deitava na barriga e gostava de ouvir o bebê.
Ela relembra que quando chegou a Campo Grande para fazer faculdade decidiu adotar uma filhote de quarenta dias. O que não poderia imaginar era que aquele pequeno gesto fosse mudar tudo.
O caso precisou ir à Justiça e, anos depois do ocorrido, os responsáveis foram condenados a pagar R$ 20 de multa para Niária. O valor não chega nem perto da dor que foi e continua sendo a ausência de Luna.
“Fica muita saudade, todos os dias. Ela foi minha maior companheira da vida. Foi lindo ver ela crescer, acho que foi o que me preparou para a maternidade mesmo. Eu nunca vou parar de procurar. Gosto de pensar que ela já encontrou outro lar porque ela era uma cadela muito dócil e muito carinhosa. Qualquer pessoa que possa estar com ela hoje tem muita sorte.”
Na casa da família, Luna ainda é assunto. Apolo conviveu com ela pouco tempo, durante seis meses. Inclusive, ela conta que, esta semana, o filho lembrou dela em uma conversa. Para consolá-lo, os pais falaram que Luna mora com outra família.
A dona relembra como o desaparecimento aconteceu e o desespero que foi toda a situação. Era a terceira vez que Niária precisava deixá-la em um hotel para pets. Ela já conhecia o local, tinha confiança e acreditava estar fazendo o certo.
O espaço parecia seguro, com atividades, alimentação especial e até picolés nos dias de calor. Por isso, quando precisou viajar com o marido e o filho de seis meses para comemorar as primeiras férias em família, não teve dúvidas.
Luna já viajou com o casal antes, mas, dessa vez, ficaria em Campo Grande. Um dos avisos que Niária deu aos responsáveis do hotel era de que Luna tinha muito medo de chuva e que, caso acontecesse, deveriam pegá-la e colocá-la dentro da casa.
“Ela fica apavorada, treme muito, então o meu pedido para eles era que, se tivesse um temporal, e era um casal que morava no lugar também, pegassem ela e colocassem dentro de casa, porque eu tinha medo dela infartar.”
Durante a viagem, as notícias eram boas. Mensagens curtas diziam que estava tudo bem. Só que, no dia de voltar para Campo Grande, o celular de Niária recebeu um texto longo, desesperado.
A responsável pelo hotel dizia que Luna havia desaparecido dois dias antes. Ali, o chão da dona sumiu. Ela lembra da sensação, achando que era uma piada ou algum engano. O voo ainda demoraria horas e a única coisa que podia fazer era pedir ajuda a amigos para procurarem por ela.
O bairro onde Luna sumiu não era o mesmo onde moravam. A cadela não conhecia as ruas, não tinha referências. Niária passou dias tentando organizar buscas, acionou a Justiça e contou com a ajuda de amigos para cobrir os custos.
“Eu entrei em choque. Meu marido ficava procurando ela enquanto ficava com meu filho pequeno. Eu entrei com processo. Não tínhamos recurso, aí uma amiga me ajudou. Foi um luto sem fim. Eu sempre tive o sonho de viver com ela a vida que tenho hoje, de ter ela com minha família. Jamais vou confiar de novo em um hotel de pet. São três anos esperando justiça.”
Novo membro da família
Depois de três anos, Niária cedeu ao desejo do filho de ter um cachorro. Para ela, a luta ainda existia. Mas, por obra do acaso, ela foi lar temporário de um cachorro e acabou se encantando.
“Quando tudo aconteceu, eu achei que não conseguiria de novo, mas foi um amor arrebatador. Nós só tivemos coragem também depois desses quase três anos que a Luna partiu. Meu filho pediu e o Saraiva nos adotou. Com ele, eu não vou cometer o mesmo erro. Ele já é um cachorro microchipado, usa uma identificação com QR code e não deve ficar sob os cuidados de um lugar assim enquanto ele for meu.”
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