Anvisa suspende quatro marcas de glitter vendidas como comestíveis
Produtos tinham plástico na composição e eram anunciados como ingredientes para bolos e doces
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu, nesta quinta-feira (13), quatro marcas de glitter decorativo que eram vendidas como se fossem próprias para uso em alimentos. A agência interditou a fabricação, a venda, a distribuição, a propaganda e o uso dos produtos, além de determinar o recolhimento imediato dos itens já distribuídos. A decisão foi tomada porque as quatro marcas continham materiais plásticos na composição, substâncias proibidas em qualquer ingrediente alimentício pela legislação sanitária.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Essa investigação começou após denúncias nas redes sociais sobre a oferta de “glitter comestível” em sites e perfis de confeitaria. A agência iniciou uma busca ativa e identificou 16 marcas suspeitas. Em quatro delas, houve comprovação da presença de plástico e indicação explícita de uso em bolos, doces e sobremesas, o que motivou a suspensão emergencial. As demais empresas continuam sob análise.
- Leia Também
- Anvisa ordena retirada de suplementos vendidos na Shopee e Mercado Livre
- Anvisa proíbe suplementos e energéticos com ozônio por risco à saúde
A primeira marca suspensa foi a Glitz, da empresa FAB Indústria e Comércio de Produtos para Artes e Festas. A Anvisa constatou que o “Glitter para Decoração”, vendido em diversas cores, continha plástico e era anunciado para uso direto em alimentos. A mesma conduta foi verificada nos produtos da marca Jeni e Joni, da empresa Nadja F. de Almeida Confeitos, que comercializava itens como “Pó de Ouro”, “Floco de Prata” e “Floco Rose Gold”, com ingredientes não identificados, incluindo um composto descrito como “metal de transição laminado atômico 99”.
Também foi suspensa a marca Iceberg Chef, da empresa Iceberg Indústria e Comércio Ltda., que divulgava os produtos “Glitter Glow” e “Glitter Shine” para uso em confeitaria. A quarta suspensão atingiu a marca Jady Confeitos, cujos glitters decorativos também eram ofertados como ingredientes alimentares em canais oficiais de venda. Nenhum desses produtos possuía autorização para uso em alimentos.
A Anvisa informou que plásticos como polipropileno, PET (polietileno tereftalato) e PMMA (polimetilmetacrilato) não podem compor itens usados na confecção de bolos ou doces porque oferecem risco à saúde e não passam por avaliação de segurança. Esses materiais são permitidos apenas em objetos decorativos que não entram em contato com alimentos, como cenários para festas. Produtos usados para colorir ou decorar alimentos devem ser fabricados exclusivamente com corantes e aditivos autorizados, submetidos a normas específicas.
A agência notificou plataformas como Mercado Livre, Shopee, Amazon e Magazine Luiza para retirar anúncios de glitters ofertados como comestíveis. Os marketplaces também deverão informar à Anvisa os dados dos vendedores e fabricantes envolvidos.
Quem tiver comprado algum dos produtos suspensos deve procurar diretamente o fabricante para devolução e orientações. A legislação obriga as empresas a executar um plano de recolhimento e divulgar alertas aos consumidores. Enquanto isso, a investigação segue aberta para identificar outras marcas irregulares e rastrear a origem dos materiais oferecidos como ingredientes alimentares sem autorização.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


