Superlotação chega a 71% em balneário de Bonito e vira alvo de investigação
Número de visitantes permitido pela licença do atrativo é de 400 por dia

O Balneário Bosque das Águas, de Bonito, terá que responder a inquérito civil por suspeita de dano ambiental causado por superlotação de visitantes. O local fica a 7 quilômetros da cidade e está próximo à borda do Rio Formoso.
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Balneário em Bonito, MS, é investigado por superlotação. O Bosque das Águas recebeu 625 pessoas acima do limite permitido entre 30 de dezembro de 2024 e 1º de janeiro de 2025, chegando a 71% de excesso no primeiro dia do ano. A Promotoria de Justiça abriu inquérito para apurar danos ambientais causados pelo excedente de turistas no local, que fica próximo ao Rio Formoso e abriga cachoeira e piraputangas. A investigação busca determinar a extensão dos danos e a necessidade de reparação, além de avaliar as medidas preventivas da empresa. O Imasul e a Prefeitura de Bonito foram acionados para fornecer informações sobre o histórico de infrações do balneário e o controle de visitantes. A administração do local já foi multada em R$ 150 mil. O Ministério Público busca identificar responsabilidades civis, administrativas e criminais.
Entre os dias 30 de dezembro de 2024 e 1º de janeiro de 2025, foi recebido o total de 625 visitantes acima do permitido, que é de 400 pessoas por dia segundo a licença ambiental do empreendimento.
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O destaque foi o primeiro dia deste ano, que teve 684 banhistas (284 pessoas ou 71% a mais do que o liberado). No dia 30 de dezembro, ultrapassou em 139 pessoas e, no dia 31 de dezembro, 202 excederam o limite.
Além do balneário de águas esverdeadas, a propriedade tem cachoeira. Visitantes podem banhar-se junto a piraputangas, além de levar os pets, alimentos e bebidas para o local. A estrutura inclui decks, quiosques, área de acampamento e restaurante, de acordo com o que divulgam sites das agências de turismo que vendem entradas para o atrativo.
O inquérito foi aberto pela 2ª Promotoria de Justiça de Bonito após a constatação feita em fiscalização da PMA (Polícia Militar Ambiental) e confirmação por laudo técnico do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). A administração do balneário já foi multada em R$ 150 mil pelos órgãos fiscalizadores.
O promotor de Justiça substituto, Felipe Blos Orso, explica que a investigação busca apurar o descumprimento das condicionantes da licença ambiental; verificar a ocorrência e extensão de danos ambientais causados pela sobrecarga de visitantes; avaliar a necessidade de reparação integral dos danos; avaliar a adequação das medidas preventivas adotadas pela empresa; e identificar eventuais responsabilidades civil, administrativa e criminal pelo fato.
No prazo de 20 dias, o MPMS (Ministério Público Estadual) pede que o Imasul envie um parecer técnico sobre o possível dano ambiental e informe se a empresa possui histórico de infrações. Solicita também à Prefeitura de Bonito que informe quantos visitantes o atrativo declarou receber entre dezembro de 2024 e agosto de 2025 e como funciona o sistema de vouchers e controle de entrada de pessoas no empreendimento privado.
A reportagem procurou o alvo do inquérito, que se manifestou em nota: “O Bosque das Águas Empreendimentos Turísticos LTDA informa que ainda não foi notificado do Inquérito Civil de autos nº 06.2025.00000740-0. Assim que houver a devida notificação, tomará ciência do seu teor para, então, apresentar a defesa e todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes. O empreendimento reforça seu compromisso com o cumprimento das normas legais e ambientais, e esclarece que eventuais questionamentos serão devidamente explicados no momento oportuno, onde será demonstrado que não houve prática de qualquer ilegalidade”.
Matéria editada às 14h18 para acréscimo de nota.
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