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Cidades

Em dez anos, MS economizou R$ 11 milhões com reformas feitas por detentos

Projeto Revitalizando a Educação com Liberdade teve início em 2013 e já executou 13 obras

Gabriel de Matos e Natália Olliver | 30/05/2023 18:00
Corredor da Unei Dom Bosco em Campo Grande, revitalizada (Foto: Natália Olliver)
Corredor da Unei Dom Bosco em Campo Grande, revitalizada (Foto: Natália Olliver)

O Projeto Revitalizando a Educação com Liberdade rendeu em dez anos economia de cerca de R$ 11 milhões ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. As reformas e construções executadas pelo projeto foram com mão de obra de detentos do sistema prisional semiaberto do Estado. Os dados são da 2ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande.

Nesta terça-feira (30), a Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, na Capital, teve a reinauguração após reformas nas salas de detenção e grafitagem nos muros. O projeto informou que 25 internos fizeram a obra.

O Revitalizando a Educação com Liberdade já reformou 13 escolas estaduais desde 2013. A última foi a Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier, localizada no Jardim Guanabara, em Campo Grande.

O projeto foi idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto. Ele destacou ainda que foram feitas reformas em outros lugares com a mão de obra dos detentos. "Hoje, por exemplo, é feita manutenção e pequenas reformas na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e no Hospital Universitário", ressalta.

Albino Coimbra ainda destacou que tem "mão de obra prisional esparramada para todo lugar, em empresas públicas e privadas. Todo e qualquer tipo de serviço. Na última escola reformada foi construída área para biblioteca, não tinha".

Área interna da Unei Dom Bosco, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)
Área interna da Unei Dom Bosco, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)

Reforma Unei - A revitalização durou cerca de três meses. As salas de detenção, banheiros e corredores foram reformados. Além disso, os muros tiveram nova pintura com grafite. Esse último foi feito por oficinas de grafites dos adolescentes internos.

A desembargadora Elisabete Anache explicou que a Unei estava em condições insalubres. O local é para detenção de adolescentes infratores. "Situação estava muito desfavorável para o cumprimento de medidas socioeducativas. A partir do momento em que entram aqui, a responsabilidade é do poder público de fazer com que saiam diferentes e ressocializados", ressaltou.

Não é porque cometeu um ato infracional que ele ainda não é um jovem em desenvolvimento. Ele está numa fase que é possível levá-lo para outro caminho. Se conseguirmos revitalizar esses locais, onde ele sinta vontade de fazer essa mudança interna e externa, vamos conseguir nosso objetivo", destacou.

Solenidade de reinauguração aconteceu na tarde desta terça-feira (Foto: Natália Olliver)
Solenidade de reinauguração aconteceu na tarde desta terça-feira (Foto: Natália Olliver)

Projeto de grafite - Os muros e as paredes da Unei ganharam vida graças ao projeto Oficinas de Grafite promovidas por artistas locais aos detentos. O artista visual Victor Macaulin foi um dos professores. Ele explicou que o trabalho veio por um convite do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A oficina foi dividida em três etapas, primeiro no papel, depois para tela e parede. "O trabalho mural foi feito com temas relacionados à fauna e flora do Pantanal e Cerrado. Dentro do grafite, fizemos pinturas em coletivo. Foram três separadas e uma coletiva com nome de todos os alunos que participaram", relatou Macaulin.

Além dos grafites, teve também artes em 'lambe-lambe', feita sob orientação do artista Leonardo Mareco. As mensagens dele abordavam temas sociais como a desigualdade e preconceito.

Victor Macaulin falou da importância da arte no evento de reinauguração da Unei. "Por serem jovens, eles acabam sendo podados muito cedo. Então, eles ficaram muito atentos, prestando muita atenção. Dentro da produção artística, se dedicaram mais. O grafite é um estilo que eles veem nas ruas e na internet".

Confira a galeria de imagens:

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