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Mandante e algoz de Marielle dividem o mesmo teto em MS

Por Anahi Zurutuza, Fernanda Palheta e Maristela Brunetto | 28/03/2024 06:00
Brazão e Lessa com uniformes do Sistema Penitenciário Federal. (Fotos: Henrique Kawaminami/Campo Grande News e Reprodução)
Brazão e Lessa com uniformes do Sistema Penitenciário Federal. (Fotos: Henrique Kawaminami/Campo Grande News e Reprodução)

Mesmo teto – O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil -RJ), preso por suspeita de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco, em 2018, chegou à Campo Grande na manhã desta quarta-feira (27). Na Capital, nem que seja por algumas horas, divide o mesmo teto com Ronnie Lessa, o ex-policial militar acusado de ser o executor da vereadora carioca. Como ambos estão no Presídio Federal, não há detalhes, por exemplo, se ficarão em celas próximas, mas, provavelmente, o contato será impedido ao máximo. O sistema carcerário federal é conhecido por ter regras rígidas de segurança, para abrigar presos perigosos.

De malas prontas – Lessa foi quem “entregou” Brazão para a investigação em acordo de delação premiada. O ex-PM, porém, não deve passar mais muito tempo em solo sul-mato-grossense, já que uma das condições que impôs para revelar a trama para matar Marielle foi ser transferido para presídio do Rio de Janeiro.

À direita da imagem, o advogado João Ricardo e mais à esquerda, a colega dele Talita Dourado (Foto: Vídeo/Reprodução)
À direita da imagem, o advogado João Ricardo e mais à esquerda, a colega dele Talita Dourado (Foto: Vídeo/Reprodução)

Capa – O advogado João Ricardo Batista "desfila" com espécie de capa preta pelo plenário do Tribunal do Júri, diferente da maioria dos defensores e acusadores que trabalham em julgamentos populares, cuja beca é fechada na frente. Com a movimentação, parece até que o criminalista encarna personagem de super-herói. Como parte da defesa, não deixa de ser a "salvação" de quem está no banco dos réus.

Cena – A beca foi até usada numa das encenações para os jurados. Parceira de João Ricardo na bancada da defesa, a advogada Talita Dourado tirou a peça folclórica que vestia e entregou para o colega vestir Tamerson Ribeiro Lima de Souza, que era julgado por feminicídio, como se cobrisse o cliente encolhido com o "manto da Justiça".

Tradição – Palavras sinônimas nos dicionários, beca e toga são vestimentas diferentes no mundo jurídico. Só juízes e desembargadores se cobrem com a última. A toga começou a ser usada na Roma Antiga, antes de Cristo, como roupa que impunha respeito e hoje é um dos símbolos da magistratura.

Umbigo à mostra – Já a beca é facultativa para advogados, pelo menos no estatuto da profissão, mas obrigatória, por exemplo, para quem fará sustentação oral no STF (Supremo Tribunal Federal). Diz a lenda que ministro se incomodou com jurista que fez defesa diante da Corte com o umbigo à mostra por causa de botão da camisa que não fechava e instituiu a regra. No Supremo, há um armário delas para advogados vestirem caso não tenham a "beca própria".

Protesto de barracas – A prefeita Adriane Lopes (PP) mostrou que o acampamento montado há dias por servidores públicos municipais como forma de protesto em frente a Prefeitura de Campo Grande não abalou a gestão. Questionada sobre o andamento das negociações com as categorias, Adriane foi categorica dizendo que o grupo não tem representatividade. "As negociações são com os sindicatos que tem carta sindical, eles não são sindicatos. São associações. Segmentos que tem legitimidade de discussão, mas a mesa de negociações está aberta", disse. "Nós atendemos todos que nos procuram, todas as categorias, mas politicagem a gente não aceita. É um protesto de barracas", completou.

Protesto de 5 – Após convocação da imprensa para suposta desfiliação em massa do PDT, que terá como membro o ex-prefeito Marquinhos Trad, "protesto" na sede do Partido Democrático Trabalhista teve 5 participantes. Mulheres assinaram nota de repúdio à adesão do novo integrante. Se sentem desrespeitadas porque o político esteve envolvido em escândalo sexual.

Novo capítulo – A Paper Excellence, sócia da J&F Investimentos na fábrica de celulose Eldorado, de Três Lagoas, vai dar início a um novo capítulo na briga que já dura cinco anos pelo controle da unidade. O jornal Valor apontou que ela pretende cobrar indenização pelas perdas enfrentadas diante da batalha judicial, que já chegaria a valores bilionários. Ela teria contratado consultoria para fazer as contas para ser cobrada em juízo arbitral, esfera onde começou a disputa, após a empresa dos irmãos Batista desistir de vender os cerca de 50% que ainda detém.

Novelo – A disputa é um novelo que se esparramou pelo Judiciário estadual e federal, com capítulos no sul do país, em MS, SP e até STF, sem previsão de fim. Em Três Lagoas foi apresentada uma manifestação do Incra contra a transação entre as duas empresas porque a Paper tem capital estrangeiro e não houve autorização da União e Congresso para a aquisição de propriedades no País. A empresa brasileira já avisou que quer comprar de volta a participação acionária que vendeu à Paper e até fez oferta, que foi recusada.

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