Corredor de ovos de Páscoa é cada vez menor em supermercados, assim como consumo
Alta nos preços faz clientes procurarem alternativas, diminuindo a demanda e acabando com corredores de ovos
Os tetos carregados de ovos, que ocupavam corredores inteiros de supermercados semanas antes Páscoa, são cada vez mais raros em Campo Grande. O recuso usado para encantar os consumidores como colorido das embalagens e a variedade de tamanhos e sabores deram lugar às pequenas torres espalhadas pelos estabelecimentos.
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Os tradicionais tetos repletos de ovos de Páscoa, que costumavam ocupar corredores inteiros dos supermercados de Campo Grande, estão cada vez mais raros. A alta dos preços tem levado consumidores a buscar alternativas mais econômicas, como barras de chocolate e bombons. Em alguns estabelecimentos, como o Comper, os tetos desapareceram completamente, enquanto em outros, como o Pires, foram reduzidos a pequenos espaços. Consumidores entrevistados confirmam a mudança no cenário, relatando menos opções e preços elevados. Uma pedagoga gastou R$ 340 com dez ovos, dividindo as compras entre supermercado e lojas especializadas. Alguns optaram por alternativas mais econômicas, como caixas de bombons, enquanto outros decidiram não comprar nenhum ovo este ano devido aos preços considerados "absurdos".
A alta dos preços dos ovos de Páscoa nos últimos anos faz com que os consumidores procurem cada vez mais alternativas como as barras de chocolate e caixas de bombons para economizar. Quem decide investir no principal produto da época, tem escolhido opções de lojas especializadas de chocolate, já que os preços se equiparam.
O Campo Grande News percorreu alguns mercados e constatou que os tetos ou sumiram de vez, como nas unidades do Comper, ou se transformaram em um pequeno quadrado, como no Pires, localizado no Bairro Tiradentes. No último caso, os "pilares" dos tetos ainda contam com as opções mais baratas, como as barras. A tradição segue nas Lojas Americanas: as opções mais baratas estão expostas no lugar de destaque, enquanto os ovos mais caros foram parar nas torres.
A pedagoga Danielle Souza, de 30 anos, percebeu a mudança. “Tem bem menos ovos mesmo. Em comparação aos anos anteriores, o teto tá menor. No mercado, opção está cada vez menor. Além de ter menos opções, estão mais caros, essa é a realidade”, disse.
A solução encontrada foi dividir as compras. No mercado comprou os ovos para as crianças, já para os adultos a escolha foi Cacau Show. Ao todo foram 10 ovos. “Eu comprei dos dois, mas tem uma diferença do tamanho dos ovos, no mercado às vezes vem com brinquedos e são mais caros”, completou.
Para a analista de faturamento Thalia Lopes da Silva, de 30 anos, esta Páscoa está mais vazia. “O teto tá menor e os ovos também. Diminuiu o teto e nessa Páscoa estou vendo menos ovos”, apontou.
Na pesquisa de preço a melhor opção que encontrou foi fora dos mercados e lojas especializadas de chocolate. “Eu decidi comprar na Americanas porque eu achei mais em conta do que no mercado. Eu até vi na Cacau Show, mas achei muito caro. Aqui tá um pouquinho mais barato. Eu comprei 10 ovos, gastei 340 reais, todos para as crianças da família, não pode ficar sem né”, disse.
O publicitário Nerotam Bueno, de 71 anos, apostou nas caixas de bombons para poder presentear os seis filhos e a namorada. “O chocolate tá mais barato em consideração aos ovos de Páscoa, que tão absurdos. Esse ano cada um vai ter que comer um bombom e tá bom demais”, contou.
Já a empregada doméstica Enir Maria Maia, de 65 anos, chegou a olhar as opções, mas não levou nenhuma para casa por causa dos preços. “Esse ano vai passar em branco, no máximo vamos atrás de bombom. Não tenho mais criança pequena, e no mercado tá muito caro, o orçamento tá apertado, se tivesse dinheiro ia preferir comprar de pessoal que faz em casa. Porque pagar esse preço no mercado, é complicado”, afirmou.
Mudança no perfil - Em nota, a AMAS (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados) aponta uma mudança no perfil dos consumidores, que nos últimos anos têm deixado de comprar ovos de Páscoa e preferido chocolates, como caixas de bombons e barra.
"Os supermercados têm investido nesses produtos e adequado as lojas à preferência dos clientes, ao mesmo tempo, a própria indústria também tem feito essa adequação, diminuindo a área de exposição dos ovos de páscoa, mas ainda oferecendo de forma atrativa para os clientes", disse.
A Associação ainda afirma que não houve grande alteração nos preços. Este ano, o aumento foi em média de 5%. "Porém se tem percebido uma diminuição no tamanho dos ovos oferecidos aos consumidor", finaliza.
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