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Capital

Advogado da família de empresário morto organiza marcha contra a impunidade

Renan Nucci | 05/05/2015 09:40
Oton Nasser, advogado da família de Erlon, disse que vai recorrer da decisão. (Foto: Marcelo Calazans)
Oton Nasser, advogado da família de Erlon, disse que vai recorrer da decisão. (Foto: Marcelo Calazans)

Motivado pela decisão judicial que livrou da prisão três das quatro pessoas envolvidas no assassinato do empresário Erlon Peterson Bernal, ocorrido no dia 1º de abril do ano passado, o advogado da família, Otton Nasser, planeja manifesto apolítico e pacífico contra a impunidade. Ele convida pessoas que perderam entes queridos por causa da violência a participarem de uma marcha, em silêncio, vestindo preto simbolizando luto à justiça.

Segundo Nasser, o intuito é chamar a atenção das autoridades para que réus em crimes bárbaros como os do caso de Erlon, sejam punidos proporcionalmente. “Queremos saber se houve uma má avaliação ou se nem houve avaliação dos fatos pela justiça. Não se pode julgar um caso sem que haja uma análise detalhada da culpabilidade dos acusados”, explicou o advogado.

A marcha deve acontecer às 09h do dia 07 de junho, partindo da Praça do Rádio Clube Campo até o Parque das Nações Indígenas, de acordo com o advogado, “com uma ou 500 pessoas”. “Deixo claro que é um protesto sem qualquer ligação política, apenas contra a impunidade. Vamos marchar de preto até o Parque das Nações, onde faremos uma oração em homenagem às vítimas”, completou, lembrando que já encaminhou ofício para as autoridades, formalizando o manifesto.

Caso Erlon – O empresário foi morto aos 32 anos, na noite de 1º de abril do ano passado, em uma emboscada. Denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) apontou que Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, marcou encontro com Erlon na rotatória das avenidas Interlagos e Gury Marques, no Bairro Doutor Albuquerque. Ele se passou por comprador do Volkwsagen Golf anunciado pela vítima na internet, e a convenceu a levar o carro até a casa onde ocorreu o assassinato, no São Jorge da Lagoa.

Na residência, Erlon se encontrou com Rafael Diogo, 24, e uma adolescente de 17 anos, que o distraíam. Ele ficou aguardando um parecer dos bandidos que supostamente pagariam R$ 38 mil pelo veículo. Thiago entrou na casa, pegou um revólver emprestado por Jefferson dos Santos, 21, e atirou na nuca da vítima que não teve tempo de reagir. Ainda vivo, o empresário teve o corpo enterrado em uma fossa de 4,5 metros, no quintal do imóvel. Dias depois, vizinhos sentiram o odor vindo do buraco descoberto e acionaram a polícia.

Todos os envolvidos foram encontrados e presos durante inquérito realizado pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos). A sentença proferida pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Varal Criminal, condenou apenas Thiago, a 31 anos de prisão, absolvendo Jefferson e Rafael. A adolescente não foi julgada neste processo. O advogado garante que vai apelar da decisão a qual considera "incentivo ao crime", para que todos os envolvidos sejam julgados novamente e, consequentemente, condenados.

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