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Capital

Programa que retirou famílias da favela Cidade de Deus ganha prêmio nacional

Projeto da Prefeitura levou moradia e geração de renda para famílias

Clayton Neves | 10/10/2020 19:52
Dona Luzia Vicente foi uma das beneficiadas e ajudou a construir a casa própria. (Foto: PMCG)
Dona Luzia Vicente foi uma das beneficiadas e ajudou a construir a casa própria. (Foto: PMCG)

Projeto da Prefeitura que levou moradia e geração de renda para famílias removidas da Cidade de Deus ganhou o Prêmio Selo de Mérito 2020, que destaca projetos e iniciativas das cidades na área da habitação. Este é o terceiro ano consecutivo que a Capital se destaca e recebe o primeiro lugar em uma das categorias premiadas.

Desenvolvido pela AMHASF (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) em parceria com a Funsat (Fundação Social do Trabalho) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o Programa Ação Casa Pronta foi o vencedor na categoria Assistência Técnica. A relação dos vencedores foi divulgada nesta sexta-feira (9) pela  ABC (Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação).

Removidas de barracos da antiga favela Cidade de Deus, as famílias foram realocadas nos bairros Bom Retiro, Vespasiano Martins, Jardim Canguru e José Teruel. A obra foi iniciada pelo loteamento Bom Retiro, com a entrega de casas de alvenaria, passando por cursos de capacitação em diversas áreas da construção civil, como marcenaria, alvenaria, elétrica e encanamento. Os moradores também receberam cestas básicas e um salário.

“É uma emoção muito grande para mim, meu sonho e do meu marido foi realizado. Nunca na minha vida eu imaginei que construiria minha própria casa e agora tudo de uma construção eu sei fazer, pronta para o mercado de trabalho”, disse a moradora Luzia Vicente da Silva.

Até o momento 110 residências foram entregues. Neste ano, o Prêmio Selo de Mérito teve 16 projetos inscritos para concorrer em diversas categorias. Além do trabalho desenvolvido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul foi destaque também com o projeto Autoconstrução Indígena Assistida, da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), escolhido como referência em Relevância Social e Urbana.

Mais habitação 

Nos últimos quatro anos, foram entregues 622 unidades habitacionais em Campo Grande, sendo 260 no Residencial Rui Pimentel, 260 no Jardim Canguru e 90 no Bom Retiro, todas retomadas a partir de 2017. Desde 2012, o Município não investia na construção de novas unidades habitacionais.

Atualmente, 1.490 unidades estão em construção no Aero Rancho, Sírio Libanês, Jardim Inápolis, Portal das Laranjeiras, Jardim Mato Grosso e Residencial Armando Tibana.

“ Antes a gente morava em barraco de lona, onde pingava muito dentro, era um problema até com vento, um sofrimento, mas agora nós estamos muito felizes e agradecidos de ter uma casa para morar com a minha família”, concluiu Wesley de oliveira.

Outras 328 casas estão previstas na Ação Casa Pronta (antiga Cidade de Deus), com investimento de R$ 5 milhões, beneficiando 1,3 mil pessoas. A contratação da empresa responsável pela finalização das unidades habitacionais foi formalizada em junho deste ano, através de parceria entre Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado.

Outra mudança foi a destinação das moradias. De autoria do Executivo, os sorteios públicos são realizados conforme determina a Lei Complementar n. 299, de 29 de maio de 2017, que instituiu a sua obrigatoriedade a fim de beneficiar pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, o que concede total transparência ao processo.

Entre novembro de 2018 a janeiro de 2019, a atual gestão lançou o Refis da Habitação, responsável por transformar a vida de 16 mil mutuários, que foram à Agência renegociar suas dívidas; no total, 1.053 contratos foram refinanciados e 1.038 contratos foram inteiramente quitados.

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