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Capital

“Viado enrustido”: PM à paisana xinga atendente e ameaça fechar lanchonete

O caso está sendo apurado pelo setor responsável da PM e se identificado o policial será investigado

Por Ana Beatriz Rodrigues | 11/04/2024 20:10

Policial militar de Campo Grande foi filmado agredindo verbalmente e fazendo ameaças a atendente de unidade da Subway, na noite desta quarta-feira (10). De acordo com testemunha, que por medo conversou com o Campo Grande News sob a condição de anonimato, o homem, identificado como Ivan Carlos de Freitas, 52, já chegou ao estabelecimento "alterado". Por isso, outros clientes começaram a gravar.

Na lanchonete, localizada no Trevo Imbirussu, na região sul da Capital, o PM, que não estava uniformizado, provavelmente em dia de folga, dispara frase homofóbica contra o rapaz atrás do balcão: "Você é um bosta, você é um viado [sic] enrustido".

No vídeo encaminhado ao Campo Grande News, é possível ver e ouvir quando o policial, parecendo bastante revoltado, joga objetos que estão em cima de um expositor enquanto xinga o funcionário. O trabalhador responde a um dos xingamentos, usando o mesmo termo, mas depois para.

A gravação também mostra que o policial está com a arma na cintura e chega a passar a mão por ela enquanto ajeita a camiseta e continua a fazer ofensas ao rapaz.

Ivan Carlos faz ameaças de fechar o estabelecimento: "Acabou! Hoje fechou! Pode ir embora!", diz em direção à porta para alguém que chega ao local. Em seguida, ele volta a mirar o atendente: "Você não vai sair dessa bosta".

A reportagem apurou ainda que as agressões começaram porque o homem apressou o funcionário para atendê-lo e o rapaz respondeu negativamente. Por isso, ele começou a gritar.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da PMMS (Policia Militar de Mato Grosso do Sul) para saber se a corporação já sabia do ocorrido e iria apurar os fatos. Por meio de nota, a corporação informou que recebeu o vídeo em questão e a gravação foi repassada ao setor responsável. "Se identificado que se trata de um policial militar, será instaurado um procedimento investigativo", completa.

Além da PM, a Subway foi procurada, por telefone e via e-mail, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.

A reportagem não conseguiu encontrar um telefone para falar com Ivan Carlos, mas fez contato com advogados que o representam em ação penal militar e aguarda retorno. O espaço segue aberto para declarações futuras.

Outro lado - Por mensagem, o PM procurou a reportagem e, em síntese, contou que quando chegou na lanchonete, o atendente disse que não tinha alguns ingredientes e foi até a cozinha por duas vezes e demorou cerca de 40 minutos para voltar ao balcão de atendimento. Ivan e a namorada ficaram aguardando e, segundo o policial, quando ele retornou começou a atender outro cliente, motivo da discussão.

“Neste momento eu me alterei e acabei falando coisas negativas. Antes de me exaltar quis chamar uma viatura para conduzi-lo, mas devido ao estresse acabei não fazendo”, explicou.

Na mensagem enviada, o militar diz que não é homofóbico e não compactua com tais ideias.

Esclareceu, ainda, que nem lhe passou pela cabeça pegar a arma na cintura. “Em momento algum me identifiquei como policial ou usei tal prerrogativa e o ato de arrumar a camiseta se tornou um costume devido ao desconforto e o cuidado para que o armamento não fique ostensivo”.

(*) Matéria alterada às 9h39 do dia 12 de abril para acrescentar a versão do policial militar.

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