Endividamento atinge 6 de cada 10 famílias na Capital
Dessas famílias, ao menos uma não tem condições de arcar com o endividamento
Em novembro, cerca de 63,7% das famílias campo-grandenses estavam endividadas, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O índice da Capital é menor que o verificado em outubro (64,3%), mas há mais com contas em atraso, passando de 32,6% a 33,7%.
Vale ressaltar que qualquer aquisição parcelada é definida enquanto uma forma de endividamento. No entanto, há os que não pagaram há tempo (33,7%) e os sem recursos para tal (13,1%).
Na prática, são 202 mil famílias endividadas - isto é, número que têm contas ou dívidas contraídas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel e prestações de carro e de seguros. Dessas, 106,7 mil estão com contas em atraso e 41,4 mil não terão condições de pagar.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor indica que o nível mais comum, em Campo Grande, seja o de pouco endividamento (31,6% dos entrevistados). Em seguida, os que têm alto nível de endividamento representam 13,6% dos entrevistados.
Segundo o presidente do IPF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Econômico) da Fecomércio de Mato Grosso do Sul, Edison Araújo, muitas famílias têm buscado formas de equilibrar as finanças. "As famílias ainda estão buscando o equilíbrio financeiro, por isso, é um momento de cautela".
"Se compararmos com novembro do ano passado já temos uma redução de dois pontos percentuais no índice de famílias que informam contas em atraso, mas um aumento das que dizem que não terão condições de pagar".
O cartão de crédito é o principal vilão, já que 67% estão inadimplentes em relação a essa forma de pagamento. Na sequência, carnês (24,8%) são informados como outros dos principais meios de endividamento, além do financiamento da casa (12,6%) e de carro (8,5%).