Casacor terá 36 ambientes, com entrada pelo lar de Manoel de Barros
Maior mostra de arquitetura de Mato Grosso do Sul começa em setembro com o tema "semear sonhos"

Num tempo em que o morar se transforma, não apenas pela arquitetura, mas pela maneira como habitamos afetos, Campo Grande volta a receber, após quatro anos, a Casacor. Nesta terça-feira (15), a mostra foi oficialmente lançada no Bioparque Pantanal, com alguns detalhes sobre o que o público poderá encontrar quando tudo estiver pronto.
A partir do dia 15 de setembro, a mostra de arquitetura, design e paisagismo ocupa a antiga residência da família Buainain, uma construção de 1977, com 916 metros quadrados e histórias preservadas na memória dos filhos. Pela primeira vez, o evento se expande para além dos projetos assinados e alcança a casa vizinha, o lar do poeta Manoel de Barros.

Ao todo, 36 ambientes e 9 operações compõem o trajeto proposto por arquitetos e designers, que este ano mergulham no tema “Semear Sonhos” e também o de unir o concreto à poesia, o projeto ao verso.
A ideia de abrir a mostra a partir da casa de Manoel de Barros nasce de uma amizade antiga entre o poeta e a família Buainain. “A casa do poeta vai ser um palco de entrada”, explica Graziela de Caroli, gerente de franquias da Casacor São Paulo. “Ela será ambientada com muito frescor, mas sua identidade será totalmente preservada. Porque a Casacor é isso: a gente preserva o passado para investir no futuro.”
A travessia proposta é quase simbólica. Quem entra pela casa de Manoel, percorre a história, a memória afetiva, as marcas do tempo. E só então chega à segunda parte do evento, onde os ambientes ganham as assinaturas contemporâneas de profissionais locais e nacionais. “Criamos um percurso. A visita começa pela poesia e desemboca na arquitetura”, detalha Graziela.
Para Karla Viegas, produtora cultural e uma das franqueadas da mostra, a Casacor deste ano é quase uma extensão de outras linguagens artísticas que já movimentam a cena sul-mato-grossense. “A gente vem produzindo cinema, música. Agora a gente finca a nossa cultura na arquitetura. E faz isso com as referências que são nossas, como Manoel de Barros. A ideia é mostrar o que é o nosso território, que como o poeta dizia, não se passa régua.”
O passado também se renova no olhar da própria família que um dia habitou a residência. Assef Buainain, atual proprietário, relembra com afeto o tempo em que os pais, Nelson e Maria da Conceição, construíram o imóvel numa rua ainda em formação. Foi ali que os cinco filhos cresceram, alguns partindo para outras cidades, outros registrando com câmera o cotidiano, como Marcelo, o caçula, que eternizou Manoel de Barros em fotos íntimas. “Essa casa abrigou nossas histórias. E agora, vai ser palco para tantas outras”, afirma.
A mostra acontecerá entre os dias 15 de setembro e 31 de outubro de 2025
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