De Chapadão do Sul, Nathi é cosplay que leva seu talento para todo canto
Nas redes, artista compartilha dia a dia de cospleyer e experiências do universo geek com milhares de pessoas
Entre os quase 34 mil moradores que vivem em Chapadão do Sul, cidade do interior conhecida pela cultura do agronegócio, uma jovem com cabelo rosa decidiu virar super-heroína. Pelo menos nos fins de semana.
Aos 29 anos, a analista de marketing Nathalia Sanguini Andrade, a Nathi San, encontrou no cosplay uma forma de expressão e uma possibilidade para se desafiar e desbravar novos universos.
"Eu sempre tive três paixões: criação de conteúdo, jogos e arte", explica. Nathi conta que desde criança se divertia criando blogs e testando tudo o que envolvesse produção de conteúdo na internet.
Longe dos grandes centros, a artista transformou a web em refúgio e ponto de encontro com amigos virtuais. "Tenho amigos online de longa data. Foi com eles que ouvi pela primeira vez que o cosplay tinha minha cara”, lembra.
Mas foi só em 2023, durante o lançamento do filme da Barbie em Campo Grande, que Nathalia teve o despertar para a coisa. Ela viu uma amiga do namorado produzida de cosplay e teve a primeira experiência ao vivo com o que acompanhava só por tela. "Foi ali que a ficha caiu. Eu precisava entrar nesse universo", conta.
O primeiro cosplay feito por Nathalia foi a personagem Kai'Sa, do jogo League of Legends. Autodidata, ela aprendeu a trabalhar com EVA, pintar e montar adereços e produzir parte dos looks que usa. “Sempre vi muita coisa no YouTube e fui testando, usando cola quente e fé”, brinca.
No Instagram, Nathi San compartilha o dia a dia e se conecta com outros apaixonados pela cultura geek. "Em 2024 eu decidi ir para eventos maiores. Fui para Goiânia, participei de uma pré-seleção, virei finalista e fui compartilhando tudo no perfil. Aí nasceu o quadro ‘Lá vou eu’”, detalha.
A ideia é registrar viagens cosplay pelo Brasil. Produzindo conteúdos para a internet, a cosplayer foi parar em lugares improváveis, até no Acre. O projeto já atingiu mais de 70 mil visualizações.
Como cosplayer no interior, Nathi conta que as coisas não são tão simples. Além disso, ela precisa lidar com críticas, principalmente quando algum trabalho ultrapassa a bolha do universo cosplay. "Tem gente que comenta que não deveria gastar dinheiro com isso, mas ninguém questiona quem viaja para assistir um jogo de futebol fora do estado", rebate.
Para ela, o cosplay é mais do que fantasia, é uma forma de se expressar, de criar e de pertencer. "Cosplay é um hobby como qualquer outro e essa é minha escolha. Pago com meu dinheiro e sou feliz assim", dispara.
Segundo ela, o apoio do namorado, Ítalo, é peça-chave nesse universo. "Ele é meu maior incentivador. Vai comigo nos eventos, me ajuda a colar as peças, filma, tira foto… vibra com cada conquista", revela.
Siga o Lado B no WhatsApp, um canal para quebrar a rotina do jornalismo de MS! Clique aqui para acessar o canal do Lado B e siga nossas redes sociais.
Confira a galeria de imagens:
