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Comportamento

Na fila de espera, Isabela vive “pré-natal” enquanto aguarda ligação

Espera é longa, mas enquanto isso, a comerciante e o marido vivem todas as experiências da maternidade

Por Idaicy Solano | 25/05/2024 07:13

O desejo de se tornar mãe por meio da adoção é um sentimento que sempre esteve no coração da comerciante Isabela Marques Leonardo, de 27 anos. Após passar por um longo processo ao lado do marido, Marlon Ferreira Rosa, 33, para se tornarem aptos à adoção, eles finalmente entraram para a lista de espera. E, neste Dia Mundial da Adoção, é sobre essa experiência que a comerciante conta.

Enquanto aguardam, Isabela e marido vivem as experiências da maternidade e paternidade. Quando recebeu a notícia que estavam na lista de espera, em dezembro de 2023, Isabela preparou uma surpresa para contar para o marido com direito a cartinha e até um teste de gravidez informando que estavam “aptos a se tornarem mamãe e papai”. Agora, ela e o marido se dedicam a preparar a casa para receber os filhos.

De acordo com o perfil do casal, eles estão aptos a adotar grupo de irmãos de até duas crianças, com no máximo sete anos, sem preferência de sexo. Na dúvida se colocam berço ou cama, ou como decorar o quarto, ela conta que estão adaptando o espaço para receber qualquer idade ou gênero.

Isabela deu notícia para o marido do jeito "tradicional", com surpresa em caixinha (Foto: Arquivo Pessoal)
Isabela deu notícia para o marido do jeito "tradicional", com surpresa em caixinha (Foto: Arquivo Pessoal)

 Isabela relata que a espera tem sido tranquila. Ela conta que se sentiu mais ansiosa e angustiada durante o processo para se tornar apta à adoção, do que agora, que aguarda a chegada dos filhos. Isso porque o caminho até receber o aval do juiz para adotar é cheio de provações, esclarecimentos e incertezas.

[Durante o processo] a gente não sabia se a gente seria aceito, se a gente ia poder viver isso, eu realmente fiquei muito angustiada. Até a gente receber o documento que a juíza assinou, eu não fiquei em paz. De todo o processo, esperar a ligação é o menos sofrido. A gente tenta sempre entregar muito pra Deus, que venha na hora que for o ideal pra ele”, desabafa Isabela.

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Segundo a comerciante, o processo de habilitação para adoção foi uma fase em que ela e o marido ficaram muito abalados, principalmente durante as entrevistas com a assistência social e a psicóloga. Ela explica que nas abordagens é falado sobre as vivências passadas que as crianças possam ter e todas as variações que podem ter ocorrido antes do filho ou filha chegar até os pais por meio da adoção.

“O processo coloca a prova em muitas questões que a gente acredita que não vai precisar vivenciar nunca. E quando isso se coloca de uma maneira bem real na nossa frente, você acaba ficando mexido. A gente só quer ser mãe, quer ser pai, mas não pensa na vivência que aquela criança pode ter antes de chegar pra você. Então, foi um período que a gente ficou bem balançado, mas nunca pensamos em desistir”, conta.

Isabela revela que nunca sentiu o desejo de engravidar, mas em seu coração, sempre sentiu que queria ser mãe. A vontade de adotar vem desde quando não entendia o peso de tal responsabilidade. Ainda quando era criança, se lembra de dizer para a mãe que um dia teria um filho por meio da adoção.

“Não tinha nem idade, mas eu sempre falei [que queria adotar]. Mesmo que não fosse levado em consideração ali naquele momento, eu acredito que conforme eu fui crescendo, foi só amadurecendo [a ideia]”.

Teste de gravidez com um coração no lugar do resultado simboliza chegada da criança, enquanto pais vivem "pré-natal" a espera da ligação (Foto: Arquivo Pessoal)
Teste de gravidez com um coração no lugar do resultado simboliza chegada da criança, enquanto pais vivem "pré-natal" a espera da ligação (Foto: Arquivo Pessoal)

A comerciante também destaca que não gosta de ser vista como alguém que está fazendo um ato de caridade ou bondade, só porque optou pela adoção. Ela pontua que, seja por meios biológicos ou não, mãe é uma coisa só, e nenhuma maneira de ter filhos é mais válida ou mais benevolente que a outra.

“Ele vai ser nosso filho, como qualquer outro filho e eu vou ser mãe como qualquer outra mãe. Não é de forma alguma um ato de caridade, não é de forma alguma um ato mais bonito do que o de fato você ser mãe pela via biológica. Nós só queremos viver a maternidade”.

Para as mulheres que sentem vontade de ser mães por meio da adoção, Isabela deixa um conselho. “O meu conselho é façam o curso, porque ele esclarece tudo, e você já vai saber se isso é para você mesma.Esclarece muitas coisas. E pra quem já está na fila assim como eu, pra quem já está no processo, é seguir firme, tentar se manter calmo”, finaliza.

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