Buscas por montanhista que viveu em MS e desapareceu no Peru são encerradas
Montanhista e fotógrafo, Edson Vandeira, de 36 anos, viveu entre 2016 e 2019 na Capital sul-mato-grossense
As autoridades peruanas encerraram oficialmente as buscas por Edson Vandeira, montanhista e fotógrafo que viveu em Mato Grosso do Sul e desapareceu no Nevado Artesonraju, na Cordilheira Branca, no Peru. A informação foi confirmada à família nesta quarta-feira (11), após mais de duas semanas de operação em condições extremas de altitude e clima.
RESUMO
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As autoridades peruanas encerraram as buscas por Edson Vandeira, montanhista e fotógrafo que desapareceu no Nevado Artesonraju, Peru. O brasileiro de 36 anos, que viveu em Campo Grande (MS), sumiu durante uma escalada com dois montanhistas peruanos no final de maio. A operação de busca durou mais de duas semanas em condições extremas. Foram encontrados vestígios como barracas rasgadas e equipamentos soterrados. Vandeira era experiente, com quase 20 anos de montanhismo, tendo visitado o Himalaia, os Andes e a Antártida nove vezes.
Edson, de 36 anos, natural de São Paulo, morou por três anos em Campo Grande e foi responsável por registros marcantes da fauna e da natureza urbana da capital sul-mato-grossense, com destaque para imagens de capivaras e o cotidiano nos parques da cidade. Em 2020, retornou ao Estado para documentar os incêndios no Pantanal. A expedição resultou no documentário "Eu fui conhecer o Pantanal e ele não estava lá".
No final de maio, Edson desapareceu durante uma escalada com dois montanhistas peruanos - Efraín Pretel Álonzo e Jesús Huerta Picón - na temida face sul do Artesonraju, considerada uma das mais técnicas da América Latina. Luzes avistadas por drones sugerem que o trio alcançou o cume da montanha, a 6.025 metros de altitude, mas não conseguiu retornar.
As buscas envolveram helicópteros, drones, guias locais e a Polícia de Alta Montanha. Em campo, equipes encontraram vestígios como barracas rasgadas e equipamentos parcialmente soterrados, indicando que o grupo enfrentou ventos intensos e possíveis avalanches. A complexidade da descida, feita por cordas fixas em meio a penhascos íngremes, é apontada como um dos principais desafios da operação de resgate.
Nos bastidores, uma vaquinha online mobilizou centenas de pessoas e arrecadou mais de R$ 48 mil para custear deslocamentos e apoio à família. Apesar da mobilização, o cenário geográfico e climático levou à difícil decisão de encerrar os trabalhos.
Edson acumulava quase duas décadas de experiência em montanhismo e fotografia de natureza. Visitou o Himalaia, cruzou os Andes e esteve nove vezes na Antártida. Também participou da série documental “Andes Extremo” (History Channel) e teve imagens publicadas na National Geographic.
Em Campo Grande, deixou uma rede de amigos e admiradores que agora lamentam a interrupção das buscas. Para muitos, Edson era mais que um aventureiro: era um contador de histórias pela lente da câmera, alguém que sabia transformar silêncio, solidão e paisagens em poesia visual.
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