Número de mulheres com filhos sobe 16,8% em MS e maternidade precoce recua
Pelo perfil racial, o aumento mais expressivo ocorreu entre as que são negras; dados são do IBGE
O número de mulheres com filhos subiu 16,8% em Mato Grosso do Sul no período de 2010 a 2022, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (27). O estudo aponta que, pelo perfil racial das mães, o crescimento mais expressivo percentualmente ocorreu entre as que são negras, com 61,5%.
RESUMO
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O número de mulheres com filhos em Mato Grosso do Sul aumentou 16,8% entre 2010 e 2022, segundo dados do IBGE. O crescimento foi mais expressivo entre mulheres negras, que registraram aumento de 20.765 mães no período, seguido por indígenas e pardas. A maternidade precoce apresentou redução significativa no estado, com 4.921 menos mães entre 12 e 19 anos. Contudo, houve aumento de gestações entre meninas brancas de 12 a 14 anos. O estudo também revelou crescimento no número de mães acima dos 35 anos, sugerindo um possível planejamento familiar tardio.
Em 2010, as mulheres de 12 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos somavam 679.278 e passaram para 793.620 no período analisado. A maior alta proporcional foi registrada entre as que se declaram negras, que passaram de 33.745 em 2010 para 54.510 em 2022, ou seja, 20.765 a mais.
Também cresceram significativamente os grupos de mulheres indígenas que se tornaram mães. Em 2010, o total era de 16.024 e, em 2022, subiu para 23.236. E pardas, que de 296.997 passaram para 374.903. Nesse último caso, o maior crescimento em números absolutos ocorreu entre as mulheres pardas, ou seja, 77.906 a mais. Isso significa elevação de 26,2% no período.
Por outro lado, as mulheres brancas apresentaram um aumento modesto, de 323.614 para 335.203. O único grupo que apresentou redução foi o de mulheres amarelas, que caiu de 8.898 para 5.713. O dado de mães "sem declaração" racial aparece apenas em 2022, com 55 registros.
Queda na maternidade precoce – Em Mato Grosso do Sul, a série histórica do IBGE revela outras mudanças no perfil das mulheres. Em pouco mais de uma década, a maternidade precoce, entre meninas de 12 a 19 anos, recuou de 17.161 para 12.240, ou seja, 4.921 a menos tiveram filhos nessa faixa etária.
Porém, especificamente entre as meninas brancas de 12 a 14 anos, o número de mães quase triplicou, subindo de 105 para 298. A faixa etária de 12 a 14 anos, como um todo, também aumentou de 472 para 811, puxada principalmente pelas jovens brancas e pardas. Já entre as indígenas, houve queda de 71 para 44, e não há registros de meninas amarelas com filhos nessa faixa em 2022.

Enquanto a maternidade recuou nos últimos 12 anos, cresceu o número de mulheres residentes em Mato Grosso do Sul com filhos nas faixas acima dos 35 anos – movimento que talvez signifique que elas estão planejando o início da maternidade.
Na faixa de 35 a 39 anos, por exemplo:
Pretas: de 3.978 para 6.601
Indígenas: de 1.663 para 2.709
Pardas: de 37.490 para 43.998
Brancas: de 38.072 para 37.981 (estável)
Já na faixa de 70 anos ou mais, o número de mulheres com filhos subiu de 50.408 para 81.383. O crescimento é expressivo entre:
Pretas: de 2.246 para 5.303
Pardas: de 17.447 para 30.916
Indígenas: de 1.003 para 1.720
Brancas: de 28.835 para 42.277
Como já mencionado, o único grupo que apresentou redução foi o de mulheres amarelas. No recorte por idade, a queda foi constante em praticamente todas as idades analisadas. Entre 20 a 24 anos, por exemplo, o total caiu de 476 para 150, e entre 25 a 29 anos, de 913 para 165.
Quantidade de filhos - O Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que o padrão mais comum entre as mulheres de Mato Grosso do Sul é ter dois filhos. Ao todo, 268.927 mulheres declararam estar nessa condição. Em seguida, 196.236 informaram ter apenas um filho, enquanto 175.281 relataram ter três.
Acima desse padrão, a maternidade múltipla, com quatro filhos ou mais, também é expressiva. Segundo o levantamento, 72.505 mulheres têm quatro filhos, 33.210 tiveram cinco, e 47.461 afirmaram ter seis ou mais.
Nesse grupo com maior número de filhos, as mulheres pardas se destacam, representando praticamente metade das que têm seis filhos ou mais. Do total de 47.461 mulheres nessa condição, 23.638 se declararam pardas.
O levantamento também mostra que, entre as mulheres indígenas, o quantitativo cresce proporcionalmente conforme o número de filhos aumenta, o que revela uma tendência relevante dentro desse grupo. A distribuição é a seguinte:
1 filho: 5.316
2 filhos: 4.986
3 filhos: 4.424
4 filhos: 2.764
5 filhos: 2.030
6 filhos ou mais: 3.716
Nos últimos 12 anos, os dados indicam ainda que as mulheres brancas estão mais concentradas nas faixas com menor número de filhos. Entre as que tiveram apenas um, por exemplo, 85.337 eram brancas, contra 91.366 pardas.
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