Ofensiva contra cúpula do jogo do bicho tem 20 mandados de prisão em 8 cidades
Há envolvidos em Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã, além de PR, GO e RS
A 4ª fase da Operação Successione colocou novamente o jogo do bicho no centro das ações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que cumpre 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão nesta terça-feira. Notas em euro e de reais, em quantia ainda não revelada, além de armas, foram apreendidas.
RESUMO
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul deflagrou a 4ª fase da Operação Successione, cumprindo 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão em oito cidades. Entre os alvos estão o ex-deputado Roberto Razuk, seus filhos Jorge e Rafael, e o advogado Rihad Abdulahad. A operação visa desarticular grupo que tenta ocupar o espaço deixado pela Operação Omertá, realizada há cinco anos. As ações ocorrem em cinco cidades de Mato Grosso do Sul e em municípios do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Foram apreendidos dinheiro em euro e reais, além de armas. O grupo é investigado por violência armada, corrupção e participação em roubos.
As ordens judiciais são executadas em Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. O alvo é o grupo que tenta ocupar o espaço deixado após a Operação Omertá, que há cinco anos desmontou uma rede tida como intocável e resultou em 269 anos de condenações.
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Entre os alvos, o ex-deputado Roberto Razuk, pai do deputado estadual Neno Razuk (PL), e dois filhos de Roberto, Jorge e Rafael Razuk. O advogado Rihad Abdulahad também está entre os presos desta terça-feira.
Equipes amanheceram na casa de Roberto Razuk e na sede da empresa Criativa Technology Ltda., no Jardim Água Boa, também em Dourados.
Em março deste ano, a empresa, que pertence a Sergio Donizete Balthazar, ingressou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para suspender a licitação da loteria Lotesul. Na época, as custas judiciais foram pagas pelo ex-deputado Roberto Razuk via Pix.
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o bando mantém o padrão já visto nas fases anteriores: violência armada, corrupção e participação em roubos ligados à disputa pelo monopólio do esquema.
As operações mobilizaram o Batalhão de Choque, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), a Corregedoria da Polícia Militar e equipes da Força Tática. Em Campo Grande, parte dos mandados alcançou figuras que já vinham sendo monitoradas pela Justiça. Nas últimas semanas, decisões do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinaram o retorno à prisão de militares investigados pelo esquema e de réus soltos há apenas três meses, reforçando o entendimento de que o grupo continuava ativo.
No pano de fundo, está a disputa pela sucessão do jogo do bicho após a Omertá, referência que inspira o nome da operação. As fases anteriores já haviam revelado um cenário de guerra em que até a cabeça de um dos líderes teria sido colocada à prova por R$ 100 mil.



