Aluguel do Hospital Municipal será de R$ 5 milhões ao mês por mais de 20 anos
Estudo vai definir linhas de ônibus e acesso da Avenida Afonso Pena ao prédio no Bairro Chácara Cachoeira
A empresa que construir o Hospital Municipal receberá da Prefeitura de Campo Grande até R$ 5 milhões por mês de aluguel por um período entre 20 e 30 anos. O valor começará a ser pago quando o prédio for entregue em 2026. Durante cerimônia para lançamento da licitação, nesta segunda-feira (1º), a prefeita Adriane Lopes (PP) informou que será feito um estudo de mobilidade para definir linhas de ônibus que levem a população ao hospital, na Rua Augusto Antônio Mira, no Bairro Chácara Cachoeira.
Além disso, será aberto um prolongamento para ligar a rua com a Avenida Afonso Pena e assim facilitar o acesso. Adriane explicou que a prefeitura gasta R$ 30 milhões por mês com vagas na rede privada de hospitais aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), o que significa R$ 1 milhão por dia. Portanto, ela garante que o cálculo comprova que é possível pagar até R$ 5 milhões de aluguel do prédio a ser construído no terreno da prefeitura.
A prefeitura fechará um tipo de contrato pelo qual a empresa que vai construir o prédio, com investimento de R$ 210 milhões, receberá um aluguel para mantê-lo e, anos depois, o local será incorporado ao patrimônio público. É uma locação do tipo “built to suit”, na tradução para o português, uma construção para atender o interesse do locatário, neste caso, a prefeitura.
Adriane classificou o momento do lançamento como “um passo para o futuro” e destacou que os novos 259 leitos vão “desafogar” a rede pública. “O hospital é um projeto tecnológico com uma visão de futuro para a cidade”, disse. A prefeita também fez questão de mencionar que se lembra de ter recebido muitas críticas quando anunciou que lançaria o projeto há quase dez meses.
“O serviço pediátrico 24 horas no CRS Tiradentes mostra o novo paradigma de gestão. A espera pelo atendimento é de meia hora. Na rede privada é de duas a três horas”, destacou Adriane, durante o lançamento do projeto do hospital, no parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho. Ela não mencionou a previsão do valor de custeio dos serviços de saúde.
Gerente de obras da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o arquiteto Luiz Fernando Martinez explicou que o complexo hospitalar vai ser feito com construção a seco, o que diminui a quantidade de água, a instalação da estrutura será toda pré-moldada, que é 60% mais rápida do que a convencional.
Também estão previstas captação de energia alternativa e reutilização da água. “Além disso tudo, já foi prevista a ampliação do hospital a longo prazo. Deixamos área para futuras construções”, disse Luiz. Ele informou que a previsão é de pagamento pelo uso do prédio por um período de 20 a 30 anos.
A secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, apresentou o projeto como “magnífico” e informou que a Capital tem 2.593 leitos, sendo 1.661 leitos próprios do SUS.
O titular da Secomp (Secretaria-Executiva de Compras Governamentais), André de Moura Brandão, lembrou que a construção do hospital está há 10 anos no Plano Municipal de Saúde. O secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, também enfatizou a iniciativa da prefeita.
“Algumas pessoas criticaram e o que machuca a gente é que algumas dessas críticas foram maldosas, de que o hospital seria ‘uma falácia’ e não ficaria pronto, mas nós estamos trabalhando, foram noites trabalhando, finais de semana trabalhando”, disse Miglioli, referindo-se aos trabalhos para lançar a licitação.
O lançamento teve a participação da senadora Tereza Cristina (PP), que agradeceu a presença do secretário Estadual de Saúde, Marcelo Simões, representando o governador Eduardo Riedel (PSDB). “Estarei sempre junto com Adriane para o que der e vier”, disse a senadora.
Estrutura - Com área de 14,9 mil metros quadrados, o complexo oferecerá atendimento 100% via SUS. Os pacientes chegarão ao local encaminhados pelas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
Serão 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento; 20 de CTI (Centro de Tratamento Intensivo), 10 pediátricos e 10 para adultos e 190 de enfermaria, sendo 60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 para mulheres. Também haverá uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adulto e pediátrica; 10 salas de cirurgia; 53 consultórios e 19 salas de exames de imagem, além de centro de diagnóstico, laboratório, guarita, jardim e estacionamento com 225 vagas.
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