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Capital

Apesar de morte, família continuará campanha por doação de medula

Aliny Mary Dias e Bruno Chaves | 21/04/2014 14:39
Dezenas de pessoas se solidarizam com a família em velório de Timóteo (Foto: Cleber Gellio)
Dezenas de pessoas se solidarizam com a família em velório de Timóteo (Foto: Cleber Gellio)

A morte do bebê Timóteo Aydos, de apenas três meses de vida, abala e entristece a família e amigos, mas não põe fim à campanha em busca do aumento de transplantes de medula óssea com a construção de um centro especializado em Campo Grande. O bebê morreu na manhã desta segunda-feira (21) vítima de pneumonia e infecção grave, ele tinha a doença HLH (Linfohistiocitose Hemofagocítica).

No velório do bebê, que começou há pouco no Cemitério Jardim das Palmeiras, na Avenida Tamandaré, dezenas de pessoas foram movidas pela solidariedade para prestar a última homenagem a Timóteo e dar apoio à família. A maioria das pessoas usa camisetas com a foto do bebê e a hashtag #AmigosdoTimóteo, que mobilizou as redes sociais.

Para o pai do menino que teve a vida interrompida cedo demais, Diego Recena Aydos, a campanha que começou por iniciativa da Igreja Batista Coronel Antonino, onde o pai é pastor, teve uma repercussão inesperada.

“Quando começamos a campanha pela busca da medula não imaginamos que seria tão bem aceita. Eu aprendi que o amor ao próximo pode diminuir o sofrimento de pessoas doentes”, desabafa.

Pai garante que campanha não vai parar (Foto: Cleber Gellio)
Pai garante que campanha não vai parar (Foto: Cleber Gellio)

Uma das novas ações da campanha, que ocorreu ontem (20) na Avenida Afonso Pena, foi a mobilização em busca de assinaturas que irão fazer parte de um documento que pede a criação de um Banco Público de Cordão Umbilical.

“Nossa intenção é que o centro beneficiasse outras pessoas, não só o Timóteo. Queremos fazer com que outros pacientes não tenham o processo tão longo e demorado como o dele”, diz o pai.

A família e os amigos garantem que mesmo com a morte do bebê que motivou a mobilização que saiu das fronteiras da Capital, o trabalho não vai parar. “Vamos fazer com que essa campanha atinja mais pessoas e vamos descobrir outras pessoas que querem dar apoio. Estamos buscando ações concretas e levar para autoridades e propor solução”, completa.

Mãe de um adolescente de 17 anos que morreu ano passado também à espera de uma doação de medula e amiga da família, a dona de casa Glauce Figueiredo, 40 anos, fez questão de comparecer no velório para apoiar a família.

“Meu filho descobriu a doença com 12 anos e morreu ano passado com 17 anos. Foi uma luta difícil porque conseguíamos controlar a leucemia e só estávamos a espera de um doador”, diz Glauce que lembra da conquista de um doador ao filho, mas que acabou desistindo do procedimento. “As pessoas precisam se informar porque muitas desistem por medo”.

Mãe recebe carinho de amigos (Foto: Cleber Gellio)
Mãe recebe carinho de amigos (Foto: Cleber Gellio)

O corpo de Timóteo será sepultado às 17 horas no cemitério onde está ocorrendo o velório.

Luta - Timóteo era o segundo filho de Diego Recena e Ana Paula Aydos vítima da doença HLH (Linfohistiocitose Hemofagocítica), que tem como característica a agressão da defesa do organismo contra o próprio corpo. O primeiro filho do casal faleceu com a mesma doença há cinco anos.

Timóteo era o segundo filho de Diego Recena e Ana Paula Aydos vítima da doença HLH, que tem como característica a agressão da defesa do organismo contra o próprio corpo. O primeiro filho do casal faleceu com a mesma doença há cinco anos.

A campanha em busca de uma medula compatível a de Timóteo começou no mês passado, quando o bebê ainda tinha 1 mês e poucos dias de vida. Organizada pela igreja onde o pai de Timóteo é pastor, a ação mobilizou a cidade, o Estado e chegou em várias partes do Brasil.

O impacto foi tamanho que em poucos dias de campanha, os bancos de sangue de Campo Grande somaram o montante de doações de sangue conseguidas em um mês. O aumento na Capital foi de 200%.

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