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Capital

Assassino confesso de Mayara Amaral vai a júri em novembro

Luís Alberto Bastos Barbosa será julgado um ano e dois meses após o crime

Adriano Fernandes | 10/10/2018 22:10
Luis após prestar depoimento em agosto deste ano. (Foto: Arquivo)
Luis após prestar depoimento em agosto deste ano. (Foto: Arquivo)

Assassino confesso da musicista Mayara Amaral, Luís Alberto Bastos Barbosa será levado a júri popular na manhã do próximo dia 23 de novembro. Exato um ano, dois meses e 23 dias depois do crime que comoveu pela brutalidade, mas gerou o levante de discussões sobre feminicidio por todo o país.

A decisão é do juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Alessandro é acusado de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Mas também pelos crimes de furto e ocultação/destruição de cadáver, com emprego de fogo. Anderson Sanches Pereira, outro envolvido, será julgado pelo crime de receptação.

O crime

Mayara foi morta na noite do dia 25 de julho de 2017, em um motel localizado na Avenida Euler de Azevedo, a golpes de martelo e teve o corpo abandonado e carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.

Luís está preso desde o dia 27 de julho quando foi surpreendido por equipes da Polícia Civil, e preso em flagrante pela morte da musicista de 27 anos. Na data, outros dois suspeitos de participação foram presos também, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira.

Após versões contraditórias, o suspeito acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva. Por conta disso, e pelas faltas de provas, o Tribunal de Justiça livrou Anderson e Ronaldo das acusações de envolvimento no assassinato.

Depoimento

Luís foi ouvido em agosto deste anos, na terceira audiência sobre o assassinato da musicista. Diante do juiz, ele lembrou que conheceu Mayara em um bar da cidade, através de amigos e que logo se envolveram no projeto de uma nova banda. Com os ensaios, os dois acabaram se aproximando e tiveram o que o réu chamou de “encontros casuais”.

Segundo Luís, o terceiro encontro entre eles aconteceu na noite em que Mayara morreu. Foi durante uma “briga besta”, regada com muito álcool e uso excessivo de droga. “Eu estava três dias sem dormir, com sintomas de sífilis e na função da droga”, afirmou. “Se eu tivesse consciente, nunca ia fazer uma coisa dessas”.


“Não lembro se foram dois, três ou um, não lembro quantas vezes, só flashes”, afirmou o réu quando o juiz perguntou quantas vezes ele acertou Mayara com o martelo. Luís também alegou não se lembrar o porque atingiu a apenas a cabeça da musicista. “Não queria bater. Só queria assustar”.

Sanidade 

A defesa de Luis pediu o exame de insanidade com o objetivo de tentar uma redução da pena do acusado, possibilidade existente, caso ele fosse considerado semi-imputável, como prevê o artigo 26 do Código Penal. Mas, a perita responsável pelo laudo que, segundo o Tribunal de Justiça, considerou Luís Alberto Bastos Barbosa, semi-imputável, desmentiu a informação e defendeu que em momento algum o réu foi tratado como psicótico tampouco 'semi-imputável".

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