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Capital

Conversa com a mãe por celular roubado de empregada entregou suspeito de assalto

Dois criminosos invadiram casa e, para conseguir dinheiro, fizeram roleta-russa com arma apontada para idosa

Por Dayene Paz | 23/09/2024 12:35
Mensagem que Gabriel trocou com a mãe do celular roubado de empregada. (Foto: Direto das Ruas)
Mensagem que Gabriel trocou com a mãe do celular roubado de empregada. (Foto: Direto das Ruas)

Conversa entre Gabriel dos Santos da Silva e a mãe dele ajudou na identificação dos assaltantes que invadiram um imóvel no Bairro Santa Fé, em Campo Grande. Isso porque, logo após cometer o crime, o rapaz utilizou o celular com o número da própria vítima para trocar mensagens no WhatsApp. Duas empregadas e a dona da casa viveram momentos de terror no dia do crime. O comparsa de Gabriel, Walter Pereira da Silva, 25, ou "Gringo", fez até roleta-russa com uma arma apontada para a cabeça de uma das vítimas.

Após o assalto, a Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) começou a investigação. A empregada, que também foi feita refém naquele dia, procurou a delegacia ao encontrar conversas ao recuperar o número com a operadora. Era Gabriel conversando com uma mulher.

Os policiais passaram a vasculhar as redes sociais e chegaram até a mulher. Foi constatado que ela tinha um filho que se chamava Gabriel. Houve confronto de fotos no sistema policial e imagens da câmera de segurança captadas no dia do assalto, chegando a confirmação de que se tratava de Gabriel dos Santos. As vítimas também o reconheceram.

Gabriel, primeiro à esquerda, e Walter. (Foto: Direto das Ruas)
Gabriel, primeiro à esquerda, e Walter. (Foto: Direto das Ruas)

Gabriel foi detido quando tentava fugir para Cuiabá. À polícia, afirmou que chegou a ser preso em janeiro deste ano com carga de droga que pertencia a Gringo e estava em dívida. Então, cometeu o crime para quitar o valor. Também disse que na verdade estava fugindo mais por medo de Walter, que ordenou Gabriel a cometer mais roubos porque a dívida que tinha ainda não estava quitada. Caso não fizesse, seria morto.

Walter cumpria pena por homicídios e roubos em regime semiaberto. Ele trabalhava como estoquista em um supermercado no Jardim dos Estados. "Os policiais identificaram que W.P.S. trabalhava, mediante convênio com o sistema penitenciário, em uma empresa localizada em um bairro nobre, e no horário do almoço e em intervalos para o descanso saía para monitorar imóveis residenciais a serem roubados", discorre nota da Polícia Civil.

Gringo foi preso na sexta-feira (20) enquanto trabalhava no supermercado. "Perdi, agora vou pagar a bronca", disse aos policiais. Walter tem apenas 25 anos, mas uma extensa ficha criminal, incluindo roubos e homicídios. Em maio de 2018 matou a tiros Lucas Fernando Soares dos Anjos, de 25 anos, e feriu o irmão de Lucas. O crime ocorreu na cidade de Paraíso das Águas.

Assalto - Naquele dia, 13 de setembro, Gringo foi trabalhar no supermercado e depois avisou o patrão que iria comprar remédio. Então, encontrou com Gabriel e ambos seguiram até o imóvel no Santa Fé. Lá abordaram as vítimas, duas funcionárias, que lavavam a varanda da casa e seguiram para dentro do imóvel.

Eles amarraram as vítimas com uma fita adesiva e, enquanto as duas funcionárias foram colocadas ajoelhadas em frente a uma parede, os criminosos passaram a vasculhar a casa e levaram a proprietária. Eles queriam informações sobre um cofre, sendo que também pediam dinheiro em espécie e armas.

A proprietária informava que não tinha nada do que eles pediam e foi agredida. As funcionárias também foram agredidas. Na sequência, um deles acessou o celular de uma das empregadas, mas constatou que só havia R$ 30 e desistiu da transferência. Depois, pegou o celular da dona da casa e fez uma transferência de R$ 23 mil, mas o banco desconfiou e não procedeu com a transação.

Gabriel contou que Walter ficou irritado com a situação e fazia roleta russa com a arma apontada para a cabeça da idosa, proprietária da casa. Isso aconteceu por quatro vezes. "Me deitaram no chão", disse a vítima aos policiais. Depois, Walter ordenou que Gabriel rasgasse o passaporte dela. Segundo a Polícia Civil, os criminosos fizeram um verdadeiro terrorismo contra as vítimas.

Após a tortura, a dupla fugiu com 300 dólares, joias avaliadas em R$ 80 mil, celulares e um automóvel da proprietária do imóvel, um Jeep Renegade, que foi abandonado logo em seguida no Bairro Giocondo Orsi.

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