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Capital

“Deplorável”, diz vendedor sobre drogas em praça onde fogo destruiu caminhão

Fala é reforçada por companheiro de vendas e por pessoas que moram na região

Liniker Ribeiro | 12/07/2021 16:51
Casal trocando carícias em coreto da Praça Cuiabá, no Amambai (Foto: Kísie Ainoã)
Casal trocando carícias em coreto da Praça Cuiabá, no Amambai (Foto: Kísie Ainoã)

“Ali rola de tudo. Tem bebedeira, briga, confusão... afinal,  quando a droga e a cachaça fazem efeito, é complicado e está deplorável”. A fala é do vendedor Aldo Bartolomeu de Moraes, que no último sábado (10), viu o caminhão usado para vender frutas ser incendiado por usuário de drogas, na Praça das Araras, no Bairro Amambai, em Campo Grande. Segundo ele, a presença de dependentes químicos, na região, fez a criminalidade aumentar.

O incêndio do fim de semana, por exemplo, não foi a primeira ocorrência desagradável registrada pelo comerciante. “Já perdi duas bicicletas e dois celulares por conta deles. Inclusive, tinha um usuário que a gente dava oportunidade, ele até saia com minha bicicleta e, numa dessa, não voltou mais”, afirma.

E não para por aí. Em plena luz do dia, cenas de atentado ao pudor são flagradas, no local, frequentemente. “Até sexo fazem ali”.

Seo Aldo é vendedor que usava caminhão incendiado para trabalhar (Foto: Kísie Ainoã)
Seo Aldo é vendedor que usava caminhão incendiado para trabalhar (Foto: Kísie Ainoã)

Na tarde desta segunda-feira (12), por exemplo, enquanto a equipe de reportagem esteve no local, casal utilizava o coreto da Praça Cuiabá para trocar carícias. Situação que quem mora perto do local se depara constantemente.

“Dependendo do horário, não dá para passar aqui, porque aglomera de tanto usuário. Eles transam, botam fogo... Hoje ainda está "bonito". Aqui, fim da tarde, a noite, não dá para passar”, afirma a vendedora Leila Lima, de 41 anos.

Também vendedor de frutas, Noel Isidoro da Silva, de 59 anos, utiliza o mesmo ponto onde a caminhonete usada por Aldo foi queimada, e confirma receio de trabalhar no local, devido ao perigo. “Medo a gente sempre tem. Mas não era assim, esse ponto era muito bom. Por causa desse pessoal, até o banheiro do coreto fica trancado”, destaca.

O problema, segundo ele, fica ainda pior após o cair do dia. “A noite isso aqui fica lotado e sempre tem briga. Aqui eu fico só até 17h, porque depois que escurece não dá mais. Tinha que ter guarda 24 horas por dia. Já me levaram celular e uma vez eu fui buscar uma água aqui perto, voltei e me falaram que estavam roubando minhas frutas. Sai correndo e alcancei ele lá embaixo, derrubei no chão e acionei a polícia”, conta Noel.

A reportagem questionou a Polícia Militar sobre o policiamento, na região, e a possibilidade de ampliar as fiscalizações e aguarda retorno.

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Ajuda – Mesmo grato ao esforço de pessoas que se colocaram à disposição para ajudar, Aldo explica que o caminhão incendiado, na verdade, pertence a uma sobrinha. “Trabalho ali há 21 anos e não o caminhão não me pertence. Sou vendedor e ganho 10% do que vendo. Como eu estou ali sempre, o pessoal se identifica comigo, mas o ponto é da minha sobrinha”, esclarece.

Aldo, inclusive, afirma que o trabalho como vendedor tem sido um “freela”. “Não é minha renda principal”, afirmou.

Sobre o ponto de vendas, Aldo diz que a família ainda não sabe se vão voltar a usar o local, porém, Noel, vendedor já citado na matéria, continuará trabalhando no local, como já acontecia. “Eu também trabalho para ele e a amanhã mesmo eu lá”, avisa.

Veja o momento em que caminhão foi incendiado:


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