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Capital

É “coincidência”, diz comandante do Choque após 4 suspeitos mortos em 1 semana

Outro ponto citado pelo major Rigoberto Rocha é maior quantidade de equipes em regiões de alta criminalidade

Aletheya Alves | 26/05/2021 11:42
Major Rigoberto Rocha, diz que mortes envolveram “coincidência” e equipes nas ruas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Major Rigoberto Rocha, diz que mortes envolveram “coincidência” e equipes nas ruas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em 7 dias, equipes do BPChoque (Batalhão de Choque da Polícia Militar) mataram 4 suspeitos de assalto durante 3 ocorrências em Campo Grande. Para o comandante do Batalhão, major Rigoberto Rocha, os registros em curto período de tempo envolveram “coincidência”, mas também são reflexo de maior quantidade de equipes nas ruas.

Sem conexão entre os casos que aconteceram nos dias 19, 22 e 25, a morte dos envolvidos foi resposta à resistência à prisão, garante o major. Destacando a presença da polícia nas ruas, o responsável pelo Choque explica que não vê excesso de força durante os crimes, mas maior ação nas ruas.

“Lógico que tem toda uma coincidência, foram três ocorrências em uma semana, mas a gente também está com maior quantidade de equipes na rua. O trabalho de estatística, inteligência e planejamento faz toda diferença”, Rocha relata.

Movimentação de policiais no local do confronto durante esta terça-feira (25). (Foto: Kísie Ainoã)
Movimentação de policiais no local do confronto durante esta terça-feira (25). (Foto: Kísie Ainoã)

Nesse sentido, o militar diz que as ações da polícia são realizadas focando na prevenção dos crimes, mas em casos em que há ocorrência, é necessário dar outra resposta. “Não desejamos a morte de ninguém. O certo é que a ação seja ostensiva, preventiva, mas quando ela falha eu preciso dar resposta repressiva”, diz.

Especificamente sobre as últimas mortes, Rocha relata que o batalhão treina para saber como lidar em situações de confronto. “Imagina a tensão do policial vendo o criminoso armado, mas ele vai com aquilo na cabeça, “se ele reagir, eu atiro”. Levantou a arma, atirou. Não levantou e deitou, acabou, não há reação”.

Conforme informações do BPChoque, entre janeiro e maio deste ano, 308 pessoas foram presas em flagrante e 78 armas foram retiradas das ruas.

Quatro mortes em sete dias - Robert Mateus Rodrigues Anastácio, de 19 anos, foi o primeiro morto dentro da última semana. Conhecido como “Mateus da Hortênsia", ele era investigado pelo Choque como possível chefe de quadrilha de assaltantes desde dezembro do ano passado.

Após denúncia de que uma casa estava sendo invadida por dois homens, a Polícia Militar foi acionada e flagraram Mateus. De acordo com os policiais, ele atirou em direção aos militares e conseguiu fugir. No fim da tarde, seu paradeiro no bairro Santo Amaro foi localizado pelos policiais do Choque e, ao chegarem, foram surpreendidos por tiros.

Robert Mateus Rodrigues Anastácio, de 19 anos, foi morto durante a última quarta-feira (16). (Foto: Reprodução/Facebook)
Robert Mateus Rodrigues Anastácio, de 19 anos, foi morto durante a última quarta-feira (16). (Foto: Reprodução/Facebook)

Robert foi atingido por um tiro e chegou a ser socorrido para a Santa Casa, mas morreu. As duas mortes seguintes foram de Gustavo Silva dos Santos, de 23 anos, e Guilherme Souza Camargo, de 28 anos. Procurados pelo Choque desde o dia 15 de maio, quando fizeram uma mulher de 44 anos e o neto de um ano, reféns para roubar uma caminhonete.

De acordo com informações do Batalhão, os dois faziam parte da quadrilha liderada por Márcia Paschoala Espírito Santo, conhecida como “Madrinha do PCC”. Durante a madrugada de sábado (22), equipes do Choque foram direcionadas para a Vila Piratininga e viram um casal ser rendido pelos assaltantes.

Gustavo e Guilherme levaram os carros das vítimas e foram perseguidos pelo Choque, encerrando a ação após troca de tiros e morte dos dois. Já durante a tarde desta terça-feira (25), Erli Alves da Silva, de 27 anos, morreu depois de assaltar dois estabelecimentos na região do bairro Amambaí com outros dois envolvidos.

Com os roubos finalizados, os assaltantes fugiam enquanto uma viatura do Batalhão estava sendo direcionada para patrulhamento na região. As vítimas acionaram os policiais, que saíram em busca do trio.

Entre os três, Erli foi o único que reagiu à abordagem policial. Ele estava armado com um revólver calibre 38 e apontou a arma para os militares do Choque, enquanto os outros dois, de 18 e 19 anos, deitaram ao chão e foram presos.

Erli Alves da Silva, de 27 anos, foi morto nesta terça-feira (25) durante conflito com o Choque. (Foto: Divulgação)
Erli Alves da Silva, de 27 anos, foi morto nesta terça-feira (25) durante conflito com o Choque. (Foto: Divulgação)


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