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Capital

Em mutirão inédito, Eduardo passa por cirurgia para retirada de dedos extras

Mutirão da Fiocruz e Sesau tem como foco atender pacientes diagnosticados com polidactilia

Por Jéssica Fernandes e Geniffer Valeriano | 28/05/2025 16:25
Em mutirão inédito, Eduardo passa por cirurgia para retirada de dedos extras
Eduardo da Silva retirou dois dos dedos extras que tinha. (Foto: Paulo Francis)

Em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) deu início a um mutirão inédito de avaliação e cirurgia para pacientes com polidactilia, condição congênita em que a pessoa nasce com um ou mais dedos extras. Eduardo da Silva, de 5 anos, é um dos 31 pacientes contemplados pela ação. Na tarde desta quarta-feira (28), o menino passou pela cirurgia para retirar dois dos dedos extras que possuía.

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Mutirão inédito em Campo Grande corrige polidactilia em crianças. Parceria entre a Sesau e a Fiocruz viabiliza cirurgias para pacientes com dedos extras. Menino de 5 anos, que tinha 12 dedos, foi um dos primeiros a ser operado em USF. Mãe relata que buscava avaliação e foi surpreendida com a cirurgia imediata. Ação do Projeto Qualifica APS identificou 31 pacientes com a condição, a maioria crianças. Mutirão visa dar continuidade a atendimentos interrompidos pela pandemia. Procedimento de remoção é opcional e depende da complexidade do caso. Pacientes com estrutura óssea no dedo extra são encaminhados para especialistas.

Eduardo nasceu com um dedo a mais em cada mão, totalizando 12 dedos. A mãe do garoto, Kemilly da Silva Lopes, de 21 anos, conta que há cinco anos tentava viabilizar o procedimento, realizado nesta tarde na USF (Unidade de Saúde da Família) Moreninha III. Ela relata que procurou o mutirão na expectativa de que ele fosse apenas avaliado. “Vim para a consulta e ele já fez a cirurgia. Me pegaram de surpresa também”, diz.

Apesar dos dedos extras, o menino nunca teve problemas de saúde em decorrência da polidactilia. No entanto, desde o início, Kemilly optou pela remoção. “Ele sofria, porque tem pessoas que são um pouco mais maldosas, e optei pela retirada por conta disso. Foi algo que a gente conversou. No começo ele achava normal ter seis dedos em cada mão. Expliquei que não era comum, e ele quis tirar”, comenta.

Em mutirão inédito, Eduardo passa por cirurgia para retirada de dedos extras
 Kemilly explica que o filho optou pela retirada, assim como ela. (Foto: Paulo Francis)

A iniciativa, que integra as ações do Projeto Qualifica APS (Atenção Primária à Saúde) da Fiocruz, identificou 31 pacientes com a condição, a maioria nascidos entre 2019 e 2024, todos residentes na Capital. A única exceção é uma mulher adulta do interior do Estado, cujo município não foi informado. Além dela, outros quatro pacientes do interior foram atendidos por meio da telemedicina.

Representante da Fiocruz, Túlio Tadeu explica que, em um primeiro momento, a ação tem foco na avaliação e encaminhamento da cirurgia pacientes cadastrados no sistema de regulação. “Localizamos 31 pacientes e, junto com a coordenadora do projeto da Fiocruz, buscamos uma estratégia para resolver esses casos. Estamos montando esse cronograma de reavaliação médica”, afirma.

Segundo ele, o mutirão também tem como objetivo dar continuidade aos atendimentos que foram interrompidos durante os anos de pandemia. “Tivemos um momento em que não conseguimos executar alguns procedimentos eletivos. Como esses atendimentos ficaram paralisados, alguns pacientes se perderam no sistema, e estamos corrigindo essa demanda agora”, destaca.

Em mutirão inédito, Eduardo passa por cirurgia para retirada de dedos extras
 Túlio Tadeu fala sobre a iniciativa do mutirão em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Remoção é opcional - A retirada do dedo extra é uma decisão do próprio paciente ou de seus responsáveis. O procedimento, dependendo do caso, é simples e pode ser realizado na própria USF, mediante solicitação, como aconteceu com Eduardo nesta quarta-feira.

A médica de regulação da Sesau, Larissa Misserian, explica que alguns casos são mais complexos e exigem cirurgia com especialista. “Se identificarmos, por exemplo, que esse dedinho a mais tem um pedículo ósseo, não há como fazer na unidade de saúde da família. Nesse caso, ele é encaminhado para o setor terciário, que exige avaliação de um ortopedista”, completa.

O mutirão começou nas Moreninhas, mas também será realizado nas USFs (Unidades de Saúde da Família) Coophavila II, Paulo Coelho, Cerradinho e Santa Emília até o dia 5 deste mês.

Em mutirão inédito, Eduardo passa por cirurgia para retirada de dedos extras
Dedos removidos durante procedimento na USF do Bairro Moreninhas III. (Foto: Geniffer Valeriano)

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