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Capital

Número de feridos após amônia vazar em frigorífico pode chegar a 100

Vazamento ocorreu por volta das 13h, na unidade o frigorífico JBS, que fica na BR-060, saída para Sidrolândia

Luana Rodrigues e Adriano Fernandes | 06/04/2017 15:24
Unidades de resgate deixando o frigorífico. (Foto: Adriano Fernandes)
Unidades de resgate deixando o frigorífico. (Foto: Adriano Fernandes)

Pelo menos 24 pessoas foram socorridas, até o fechamento deste texto, depois de passar mal na tarde desta quinta-feira (6), por conta de vazamento de amônia na unidade II do frigorífico JBS, que fica na BR-060, saída para Sidrolândia, em Campo Grande. 

Equipes do Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento de Urgência) estão no local, prestando socorro às vítimas mas, segundo a Coordenadoria Geral de Urgência da Capital, o número de vítimas pode chegar a 100.

“Fomos avisados de um incidente com múltiplas vítimas, inicialmente a estimativa era mais de 400 pessoas. Instituímos um protocolo para estes casos, em que é colocado um médico triador dentro do local do acidente. De imediato, o médico viu que não há nenhuma vítima em estado grave, mas muitas precisando de socorro”, explicou o coordenador geral de urgência do município, Yama Albuquerque Higa.

A triagem dos funcionários está sendo feita numa área no pátio do frigorífico. De acordo com Higa, o médico consulta os feridos e eles são encaminhados às unidade de saúde próximas ao local, conforme a gravidade.

Até o fechamento deste texto, seis vítimas haviam sido levadas para o Hospital Regional, outras seis para a UBS Coophavila, três para o Aero Rancho, dois para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon e sete para o posto de saúde do Santa Mônica.

A amônia é considerada um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos, vias aéreas superiores e pulmões. Tem um cheiro característico e é irritante quando inalada. O nariz é geralmente o primeiro a sentir os sintomas da exposição. Caso seja inalada, causa tosse, chiado no peito, falta de ar, asfixiar e queimar as vias aéreas superiores.

“Pode ser que num momento inicial, o paciente não apresente gravidade, mas o quadro pode evoluir, a amônia é extremamente volátil, por isso todos os pacientes que apresentarem algum sintoma serão encaminhados a unidades de saúde”, explicou Higa.

Funcionários retornando para dentro da empresa. (Foto: Adriano Fernandes)
Funcionários retornando para dentro da empresa. (Foto: Adriano Fernandes)

Vazamento - Vários funcionários passaram mal devido ao forte cheiro do produto químico. Assustados com o vazamento, muitos trabalhadores correram para fora da unidade e ficaram as margens da rodovia. Alguns desmaiaram e outros vomitaram em reação ao produto.

Sem se identificar, eles contaram que por volta das 13h logo após o almoço, trabalhavam normalmente quando um grupo começou a correr gritando "amônia". Segundo eles, "foi uma cena de horror" com muitas pessoas correndo e caindo pelo chão, inclusive mulheres grávidas.

O alarme de emergência teria sido acionado na hora do vazamento, conforme funcionários, para avisar da situação. "Do meu lado duas mulheres desmaiaram e para trás foram ficando várias caindo pelo chão" disse uma funcionária de 34 anos, que não se identificou.

A empresa pediu para que todos os trabalhadores voltem para dentro da unidade, conforme pode ser visto no vídeo abaixo:

O local deve ser interditado até o problema ser resolvido. A Polícia Civil e a perícia estão no local para apurar as causas do incidente. Os vazamentos de amônia em unidades do JBS não são tão raros. A última registrada na unidade da saída para Terenos, em Campo Grande, foi em agosto de 2016, quando os cerca de 900 funcionários foram dispensados.

O JBS foi procurado pelo Campo Grande News, mas deve se manifestar sobre o caso nas próximas horas.

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