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Capital

Reforço contra febre amarela só na rede privada, mas vacina está em falta

Quem já tomou vacina contra a febre amarela há mais de cinco anos, pode reforçar a imunidade contra a doença

Ricardo Campos Jr. | 19/01/2018 09:41
Vacina sendo aplicada em adulto: a partir de 2014, Saúde passou a dizer que uma única dose vale pela vida inteira (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Vacina sendo aplicada em adulto: a partir de 2014, Saúde passou a dizer que uma única dose vale pela vida inteira (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Quem já tomou vacina contra a febre amarela há mais de cinco anos e mesmo assim quer reforçar a imunidade contra a doença, principalmente se vai viajar para zonas de risco, só tem uma alternativa em Campo Grande: recorrer às clínicas particulares. Porém, como a demanda aumentou após o surto do vírus na região Sudeste, o produto está esgotado na rede privada.

Antigamente, a população era orientada a se vacinar a cada dez anos. Esse protocolo mudou em 2014. Segundo Ministério da Saúde, pesquisas mostraram que o efeito de uma única dose dura a vida inteira.

Esses órgãos garantem que as pessoas já imunizadas não precisam mais de reforço. É por isso que o SUS só aplica a antiamarílica em quem ainda não a tomou.

Por outro lado, não há problema algum em quem é precavido e quer se vacinar de novo, desde que a última dose tenha sido há mais de cinco anos, mas nesse caso deverá procurar as clínicas privadas.

Segundo informações da Abcvac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacina), o laboratório Sanofi Pasteur, responsável pelo abastecimento, obteve recentemente a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para trazer lotes com frascos de rótulos internacionais (com escritas em inglês, francês e espanhol), que só devem chegar no fim de fevereiro.

Gisclaine Pereira, gestora da clínica Imunitá, disse ao Campo Grande News que os pacientes precavidos podem tomar reforço desde que a dose anterior tenha sido há mais de cinco anos.

O preço da imunização custa R$ 180 na tabela cheia; R$ 162 para quem tem Cassems e Unimed e à vista sai por R$ 153.

Porém, os estoques estão zerados no local. “As pessoas estão com medo desse surto e dessa epidemia. Lá em São Paulo e no Rio de Janeiro eles não tomam vacina aos nove meses e dessa forma está havendo esse surto e a indústria não dá conta de fabricar. É muita gente”, diz Gisclaine.

A Clínica Prophylaxis também aplica doses extras para quem já foi protegido contra febre amarela anteriormente. No local a dose custa R$ 180, mas segundo a técnica de enfermagem Cristiane Cândida, também está em falta.

Já na Vaccini, segundo a enfermeira responsável, Rosangela Laier, a orientação da OMS e do Ministério da Saúde sobre a dose vitalícia é repassada aos pacientes que já se imunizaram.

“Nós orientamos dessa forma, a não ser que não tenha comprovação e tenha entre 9 meses e 59 anos. Não é motivo para pânico e a gente segue essa recomendação. A maioria dos que vêm aqui desconhece essa norma. No entanto, aumentou a procura e esgotou a vacina”, pontua.

Escala – Na rede pública a vacina ainda está disponível, mas somente para quem ainda não tomou. Mas a população deve ficar atenta, pois em cada posto a vacina é aplicada em um determinado dia da semana.

A medida serve para não causar prejuízo, pois cada frasco contém mais de uma dose. Uma vez aberto, vence em seis horas. Então se todas as pessoas procurarem as unidades ao mesmo tempo, a perda será menor.

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