Secretaria de Obras promete fechar estacionamento em área nobre
Sem-teto fizeram protesto e prefeitura informou que local foi invadido, sem documentação para funcionar
O terreno usado como estacionamento e alvo de protesto de sem-teto na manhã desta quarta-feira (9), no Bairro Chácara Cachoeira, não tem documentação para funcionar como estabelecimento comercial, segundo o secretário adjunto de Infraestrutura e Serviços Públicos, Enéas Netto.
Para a reportagem, gestor da Sisep afirmou que máquinas farão a remoção das estacas que dividem as vagas, entre as Ruas Elvira Coelho Machado, Anajás e São Vicente de Paulo. Com apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana), fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) estarão no local primeiro horário desta quinta-feira (10) para fazer o despejo.
"Para ser comercializada como um estacionamento, essa área teria que ter passado pela Câmara de Vereadores, desafetada, ser passiva de venda para o Executivo. Ela deveria ser parcelada, ter licitação e leilão... Seria tudo documentado. Sem a devida documentação, temos a autorização de derrubar tudo", disse Enéas ao Campo Grande News.
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Mais cedo, moradores despejados de área invadida no Bairro Lagoa Park protestaram alegando que invasores do estacionamento, em área nobre da cidade, estavam sendo privilegiados. O responsável esteve no local e, irritado, avisou que voltaria para retirá-los. Houve um bate-boca com as lideranças da ocupação do Lagoa Park e ele chegou a afirmar ter autorização para utilizar a área para fins comerciais, porém não apresentou documentação.
Reações - A líder do grupo de sem-teto, Leila Pantelão, de 35 anos, disse que "a justiça foi feita e isso foi uma vitória pra gente, pra mim. Hoje eu vou até dormir feliz por saber que o direito igual entre rico e pobre foi feito".
Deusli Silva de Oliveira, 50, declarou que a espera valeu a pena. "Isso é uma vitória para nós, ver esse estacionamento sendo desmanchado assim como os barracos foram, se em área considerada verde não pode ter casa, não pode ter carro também".
Histórico - Desde o último domingo (6), 55 pessoas que viviam em moradias improvisadas na Rua Lagoa Santa, no Bairro Lagoa Park, dormem ao relento. A desocupação da área invadida foi a segunda feita pela GCM em menos de uma semana no local. A primeira ocorreu em 2 de agosto. O terreno pertence à Prefeitura de Campo Grande.
Em ambas as ações, os moradores alegaram que não foi apresentado mandado judicial e que os guardas agiram de forma truculenta, inclusive derrubando barracos de madeira.
A Prefeitura de Campo Grande foi questionada sobre a propriedade do terreno, mas não deu retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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