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Interior

Comerciante que teve Silverado apreendida nega deboche e se diz inocente

Em nota publicada em rede social, Luan Vinicius Silva Matos disse que comprou Silverado “de boa-fé”

Por Helio de Freitas, de Dourados | 16/10/2024 16:34


O comerciante Luan Vinicius Silva Matos afirmou ter comprado “de boa-fé” a caminhonete importada Silverado, avaliada em R$ 519 mil e apreendida ontem (15) pela Polícia Federal no âmbito da Operação Defray, em Ivinhema, a 289 km de Campo Grande. A ação investiga organização criminosa ligada ao tráfico de drogas.

Em nota publicada em sua rede social, Luan Vinicius também negou ter debochado da Polícia Federal por causa da operação. Em vídeo postado ontem em grupos do aplicativo WhatsApp, quando pescava com amigos, ele zombou da apreensão da caminhonete de luxo e disse que já tinha encomendado outra.

“Levou a Silverado, mas já pedi uma branca, se f..., to nem vendo, deixa arder. Tão achando que nós tá guardado, onde nós ta”, diz o rapaz segurando uma garrafa de cerveja e mostrando ele e os amigos na lancha (veja o vídeo acima).

O Campo Grande News publicou o vídeo nesta quarta-feira (16) sem mostrar o rosto de Luan e dos demais envolvidos porque não havia confirmação se, de fato, ele havia sido alvo. Com a manifestação pública do comerciante, o vídeo foi novamente publicado (veja acima).

“Adquiri o referido veículo de um terceiro, em uma compra realizada de boa-fé, sem qualquer conhecimento de que o bem estivesse vinculado a supostos atos ilícitos ou investigações criminais. Até o momento da apreensão, o veículo encontrava-se em minha posse exclusivamente em razão dessa compra regular, seguindo todos os trâmites formais necessários”, afirma Luan Vinicius na nota.

Ele também negou vinculação com os fatos investigados e diz que hoje foi ouvido na Delegacia da Polícia Federal em Dourados.

“Ressalto que não tenho, de forma alguma, qualquer envolvimento com os fatos que motivaram a referida operação ou com qualquer prática ilícita que esteja sendo investigada. No dia 16 de outubro de 2024, compareci à sede da Polícia Federal em Dourados/MS para prestar depoimento, a fim de esclarecer minha posse do veículo e colaborar com as investigações”, informou.

A nota continua: “aproveito a oportunidade para esclarecer, ainda, um vídeo que circula nas redes sociais e veículos de comunicação, onde apareço supostamente debochando da operação e dos policiais envolvidos. Quero deixar claro que esse vídeo foi retirado de contexto, e de forma alguma minha intenção era desrespeitar as autoridades ou o trabalho sério e necessário que realizam”.

O comerciante disse que “jamais” faria qualquer tipo de comentário ou gesto desrespeitoso em relação à operação ou aos policiais federais. “A atuação das forças de segurança é fundamental para o cumprimento da lei e para garantir a ordem, e respeito profundamente o trabalho realizado por esses profissionais”.

Luan Vinicius diz lamentar “qualquer mal-entendido” que o vídeo possa ter causado e reforçou estar à disposição para prestar esclarecimentos tanto às autoridades quanto à população. “Reitero meu compromisso com a legalidade e a justiça, e lamento profundamente qualquer transtorno que esse episódio possa ter causado à minha imagem e à confiança de familiares, amigos e conhecidos. Agradeço a compreensão de todos e confio que a justiça prevalecerá para que a verdade dos fatos seja devidamente esclarecida”.

Caminhonete Silverado, apreendida ontem em Ivinhema (Foto: Divulgação)
Caminhonete Silverado, apreendida ontem em Ivinhema (Foto: Divulgação)

A operação – A Operação Defray cumpriu três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Ivinhema. O nome do preso não foi informado.

Segundo a PF, a ação é desdobramento da Operação Lepidosiren, deflagrada em 8 de agosto de 2024, e mira associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes.

Durante as diligências, foram identificados e apreendidos um imóvel no valor de R$ 458 mil e a caminhonete Silverado, além do bloqueio de bens pertencentes aos envolvidos, avaliados em R$ 100 milhões. Os investigados poderão responder por associação criminosa, tráfico transnacional de entorpecentes e financiamento ao tráfico.

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