Irmão de prefeito assassinado, governador duvida da polícia paraguaia
Governador de Amambay, Ronald Acevedo disse que governo de Mario Abdo Benítez está sem rumo
Mais uma vez, o governador de Amambay Ronald Acevedo fez críticas à polícia paraguaia e ao governo do presidente Mario Abdo Benítez por causa da violência na faixa de fronteira com Mato Grosso do Sul.
Nesta segunda-feira (23), um dia após enterrar o corpo do irmão, o prefeito de Pedro Juan Caballero José Carlos Acevedo Quevedo, 51, Ronald deixou claro que não confia no trabalho da Polícia Nacional para investigar o assassinato do irmão e disse que o governo está “sem rumo”.
O Clã Acevedo é do Partido Liberal, rival histórico do partido de Marito Benítez, o Partido Colorado. “Se não fizeram nada sobre o assassinato da minha filha, tampouco farão em relação a meu irmão”, afirmou o governador em entrevista coletiva hoje cedo.
A filha dele, a estudante de Medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, foi uma das quatro vítimas da chacina ocorrida em outubro do ano passado, em Pedro Juan Caballero. Várias pessoas foram apontadas como suspeitas e algumas estão presas, mas até agora, o crime não foi completamente esclarecido.
Ronald Acevedo criticou a falta de estrutura da Polícia Nacional. “Qual crime organizado vão conseguir combater assim?”. Segundo ele, o governo nacional não tem política de segurança pública, pois não tem rumo, nem ideias.
O governador, que administra o departamento (equivalente a estado) de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, admitiu a possibilidade de abandonar a política. “Ainda estou conversando com minha família, mas qualquer cidadão paraguaio teme por sua vida neste momento por causa da insegurança.”
A mulher de Ronald, Carolina Yunis, atual presidente da Câmara de Vereadores de Pedro Juan Caballero, assumiu como prefeita interina. Com a morte de José Carlos Acevedo – reeleito em outubro do ano passado – haverá novas eleições para escolher o administrador da cidade.
Investigação – O promotor de justiça José Luis Torres, que conduz as investigações sobre o atentado junto com outros dois colegas, disse que foram expedidos mandados de prisão contra quatro pessoas suspeitas de envolvimento no atentado contra o prefeito.
Ele não revelou se entre essas pessoas estão a advogada Liz López Peña e a ex-cliente dela, Mirta Raquel López. As duas têm ligação com uma das armas do crime, uma pistola Glock 9 milímetros. Mirta está presa preventivamente e a advogada cumpre medidas cautelares por ter filhos pequenos.