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Interior

Mortandade de cerca de mil peixes é investigada em rios de Três Lagoas

Imasul relatou caso ao Ibama e Cetesb, para averiguar possível responsabilidade de usinas hidrelétricas de SP

Silvia Frias | 27/01/2023 10:55
Peixes encontrados mortos na beira do rio, em Três Lagoas. (Foto/Reprodução/Perfil News)
Peixes encontrados mortos na beira do rio, em Três Lagoas. (Foto/Reprodução/Perfil News)

Cerca de mil peixes, a maioria da espécie piau bananinha, foram encontrados mortos em vários pontos dos rios Sucuriú e Paraná, em Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) alega que a mortandade é decorrente de “procedimentos realizados por hidrelétricas”, fato negado pelas empresas.

O caso está sendo apurado pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e foi relatado ao Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis).

Nível de oxigenação próximo de balneário foi medido. (Foto/Divulgação)
Nível de oxigenação próximo de balneário foi medido. (Foto/Divulgação)

A PMA em Três Lagoas começou a receber denúncia da morte de peixes na quinta-feira (26), segundo o capitão Gabriel Rocha, comandante da polícia naquele município. A maior parte dos peixes encontrados é da espécie piau bananinha, mais comum na região do Paraná, mas com presença já identificada em MS.

Os peixes se acumularam em alguns trechos dos rios, chamando a atenção e causando preocupação. Segundo o comandante, a PMA retirou uma espécie para análise. “A dúvida é verificar até que ponto pode ser fenômeno natural”, avaliou o comandante.

Em nota, o Imasul afirma que a mortandade é “consequência de procedimentos realizados em hidrelétricas localizadas no rio Tietê, no estado de São Paulo”, sem detalhar quais procedimentos são esses. A ação provocou o acúmulo de plantas aquáticas no ponto de captação de água.

No dia 13 de janeiro, por ordem do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), responsável pela programação energética das unidades geradoras brasileiras, determinou a abertura dos vertedouros das usinas hidrelétricas de Furnas, Mascarenhas de Moraes, Luiz Carlos Barreto de Carvalho e Marimbondo. A medida foi tomada por conta das fortes chuvas ocorridas na bacia do Rio Grande (MG/SP).


Uma das hipóteses, segundo o comandante da PMA, é que as plantas podem ter comprometido o nível de oxigenação da água e afetado os peixes mais sensíveis, no caso, os piau bananinha.

De acordo com Imasul, o Ibama e a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foram oficiados para que sejam tomadas as providências “de notificação e aplicação de sanções pertinentes”.

A reportagem entrou em contato com a Usina Três Irmãos, localizada na bacia do Rio Tietê e com a CTG, responsável pela Usina Jupiá.

Em nota, a assessoria da CTG informou que informa que a ocorrência com peixes não está relacionada à operação da Usina Jupiá e que também não foram detectadas alterações na qualidade da água nos trechos analisados. A empresa alega ainda que opera conforme coordenação e determinação do ONS.

Peixes encontrados mortos em Três Lagoas. (Foto/Reprodução/Três Lagoas)
Peixes encontrados mortos em Três Lagoas. (Foto/Reprodução/Três Lagoas)

#matéria atulizada no dia 31/01 para acréscimo do retorno da CTG.

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