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Interior

MST reivindica nomeação no Incra e retomada de assentamentos

Pelo menos 300 famílias do “Acampamento José Marcio Zoia” participam de bloqueio de rodovia, sem hora para terminar

Helio de Freitas, de Dourados | 01/09/2015 11:16
Trabalhadores sem-terra do MST bloqueiam a BR-163, entre Mundo Novo e Eldorado, na região sul de MS (Foto: Divulgação/MST)
Trabalhadores sem-terra do MST bloqueiam a BR-163, entre Mundo Novo e Eldorado, na região sul de MS (Foto: Divulgação/MST)

O bloqueio da BR-163, na altura do km 29, entre os municípios de Mundo Novo e Eldorado, no extremo sul do Estado, é feito por famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O protesto começou por volta de 7h30 e não tem previsão de quando será encerrado, segundo o MST.

Pelo menos 300 famílias do “Acampamento José Marcio Zoia”, no município de Japorã, participam do bloqueio. Apenas ambulâncias e outros casos de urgência são liberados. O acampamento foi montado no início deste ano no distrito de Jacareí e tem pelo menos 1.500 famílias.

Nomeação no Incra – Jonas da Conceição, um dos líderes do MST na região, informou ao Campo Grande News que o protesto é para cobrar compromissos firmados pelo governo federal e também itens da pauta que o movimento tem em Mato Grosso do Sul, entre os quais a nomeação do novo superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a retomada dos assentamentos no Estado.

Conceição disse que já existe um nome de consenso para o cargo, de um engenheiro agrônomo sul-mato-grossense, mas até agora ele não foi nomeado. A superintendência tem como interino o servidor Sidney Ferreira, desde que Celso Cestari pediu demissão, em abril deste ano.

Terras indígenas – Os sem-terra também reivindicam a demarcação de terras indígenas e a definição de recursos para investimentos na reforma agrária em Mato Grosso do Sul, onde, segundo o MST, existem 29 mil famílias acampadas à espera de assentamento.

Ao contrário do que foi informado nesta manhã pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), o protesto não tem a participação de índios.

“Estamos aguardando que alguém do governo se posicione sobre nossa pauta, que é a nomeação do superintendente do Incra, reforma agrária e demarcação das terras indígenas. Estamos há algum tempo fazendo essa luta em conjunto, principalmente agora, quando mais uma liderança foi assassinada em Antonio João. O governo não se posiciona, esse é o problema”, declarou Jonas Conceição.

Segundo ele, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve em Mato Grosso do Sul e fez o compromisso de que o governo ia adquirir as terras para instalação das famílias indígenas, mas até agora a promessa não foi cumprida. “Entramos num período mais complicado ainda, sem o superintendente do Incra e sem recursos estabelecidos aqui para o Estado”.

“O que esperamos é um posicionamento da direção nacional do Incra quanto à nomeação do superintendente. Já tem um nome de consenso entre os movimentos. O que falta é nomear e garantir recursos para o nomeado trabalhar”.

Segundo ele, até agora apenas uma reunião foi pré-agendada para sábado (5), com o senador Delcídio Amaral (PT/MS), líder do governo Dilma Rousseff no Senado.

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