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Interior

Paraguai extradita ex-prefeito de cidade de MS acusado de assassinato

Eurico Mariano, ex-prefeito de Coronel Sapucaia, foi preso em 2017 e hoje de manhã foi entregue a agentes da Polícia Federal brasileira

Helio de Freitas, de Dourados | 11/01/2019 15:15
Ex-prefeito Eurico Mariano é conduzido para avião da Polícia Federal (Foto: Divulgação)
Ex-prefeito Eurico Mariano é conduzido para avião da Polícia Federal (Foto: Divulgação)

O ex-prefeito de Coronel Sapucaia Eurico Mariano, 66, foi extraditado nesta sexta-feira (11) do Paraguai, onde estava preso desde 30 de agosto de 2017 após ser localizado por agentes da Interpol (Polícia Internacional) em Capitán Bado, cidade no lado paraguaio da fronteira.

De acordo com a imprensa do país vizinho, a extradição, determinada pela Corte Suprema de Justiça, foi concretizada de manhã.

Mariano, que ficou 17 meses preso em Assunção, foi levado para o aeroporto do Grupo Aerotático da Força Aérea do Paraguai e entregue a policiais federais brasileiros. Em seguida foi colocado em um avião da PF, que voltou para o Brasil, mas o local do pouso ainda é desconhecido.

Condenado por corrupção e assassinato em Mato Grosso do Sul, Eurico Mariano era um dos vários clientes famosos da advogada Laura Casuso, executada por pistoleiros em Pedro Juan Caballero, em novembro do ano passado.

Foi o próprio Mariano que requereu sua extradição, mas a Justiça paraguaia retardou a medida por ele ter sido preso usando documento falso, usado para se manter no anonimato no tempo em que esteve escondido no Paraguai.

Em 2007, Eurico Mariano foi condenado a 17 anos de prisão em Mato Grosso do Sul por ter mandado matar o radialista Samuel Román, em abril de 2004. Ele estava há 13 anos foragido no Paraguai, protegido por amigos que mantinha na polícia e até na Justiça, segundo as próprias autoridades do país vizinho.

Assassinato – Samuel Román foi morto a tiros de pistola 9 milímetros em abril de 2004, ao chegar em sua casa, no centro de Coronel Sapucaia, a 400 km de Campo Grande.

O crime foi cometido por um pistoleiro que estava de moto. O radialista fazia oposição ao então prefeito Eurico Mariano, com duras críticas à administração em seu programa de rádio.

No andamento do processo, Eurico chegou a ser preso em 2005, mas foi solto por habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça). No início de 2017 ele foi preso duas vezes em Capitán Bado, mas foi solto por um juiz da cidade.

Prefeito de Coronel de Sapucaia de 2001 a 2004, Eurico Mariano também foi processado por atirar contra José Segundo da Rocha após uma discussão em 2002. Rocha era funcionário do então prefeito e estava reivindicando flexibilização da jornada de trabalho.

Corrupção – Eurico Mariano também é réu em dezenas de outros processos em território brasileiro. O político é acusado de improbidade administrativa, crimes contra a administração pública e crimes comuns.

No dia 12 de julho de 2011, o ex-prefeito foi processado pela Promotoria de Amambai por ter, em 2004, violado a Lei de Responsabilidade Fiscal e praticado crimes contra a administração pública na época em que exerceu o mandato de prefeito de Coronel Sapucaia (2001 a 2004).

O prejuízo ao erário público ocorreu por superfaturamento de compras públicas, além de desvio e má aplicação da verba proveniente do Fundeb.

Também foi acusado de aplicar indevidamente os valores, gerando desequilíbrio nas contas públicas. Como estava escondido no Paraguai, Mariano não chegou a ser citado sobre a ação, o que provocou a suspensão do processo.

Outro processo instaurado na 1ª Vara de Amambai refere-se a crimes de licitação por associação criminosa. Juntamente com outras 12 pessoas físicas e jurídicas, Mariano foi acusado de fazer diversos procedimentos licitatórios fraudulentos em 2002 e 2003.

Em setembro de 2009, Mariano foi condenado a três anos e seis meses de detenção e ao pagamento de 200 dias/multa. Ele recorreu, mas a sentença foi confirmada em agosto de 2011. Como ele estava foragido, a pena não começou a ser cumprida ainda.

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