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Interior

Peão alega legítima defesa e família de Lanzarini quer reconstituição do crime

Ângela Kempfer e Clayton Neves | 13/03/2020 10:16
Paraguaio foi transportado de helicóptero. (Foto: Divulgação)
Paraguaio foi transportado de helicóptero. (Foto: Divulgação)

O primeiro depoimento do peão Luís Fernandes, o “Paraguaio”, sobre a morte de Dirceu Lanzarini, aponta para alegação de legítima defesa sobre o assassinato do ex-prefeito de Amambai e até então assessor especial do Escritório de Gestão Política de Mato Grosso do Sul.

Segundo um dos advogados da família Lanzarini, José Roberto Rosa, as primeiras informações passadas por Paraguaio à polícia são "absurdas". "Falou que tentaram atropelar ele e que as vítimas chegaram a ir até o carro para pegar uma arma. Na verdade, ele atirou várias vezes contra pessoas desarmadas", comentou José Roberto na manhã de hoje.

Segundo ele, será pedida a reconstituição do crime, ou "reprodução simulada", como é dito tecnicamente. Na avaliação do advogado, essa dinâmica deve acabar com qualquer dúvidas sobre a "falsa" versão apresentada pelo assassino. “Versão absurda, que não tem lógica. Não tem chance de prosperar alegação de legitima defesa”.

A acusação pretende buscar todos os recursos para aumentar a pena. “Vamos ver se cabe a qualificadora de motivo torpe ou fútil. Também estamos verificando a possibilidade dele ter premeditado, porque foi até o local armado, para uma discussão envolvendo valores. Isso repousa sobre o desejo de que, se não fosse resolvido o caso, ele concluiria o intento homicida”, argumenta o advogado.

Prisão - Paraguaio se apresentou na manhã de ontem (12), depois de ficar 16 dias escondido no meio do mato. Ele estava em área rural, nas imediações da fazenda onde ocorreu o crime, e fez um acordo com a Secretaria de Segurança para se entregar.

Ele foi encaminhado para o estabelecimento penal de Amambai, cidade a 360 quilômetros de Campo Grande. A polícia não se pronunciou sobre a prisão e também não informou se a arma usada no crime foi encontrada.

Lanzarini foi morto no dia 24 de fevereiro, com tiro na cabeça. Ele estava em uma caminhonete com genro, Kesley Aparecido Vieira Matricardi, 33. Os crimes ocorreram na propriedade de Lanzarini.

Kesley foi ferido no braço e de raspão no pescoço, mas sobreviveu. Luis Fernandes fugiu logo em seguida, mobilizou buscas no Estado e até no Paraguai.

Um dos advogados da família Lanzarini, José Roberto Rosa. (Foto: Clayton Neves)
Um dos advogados da família Lanzarini, José Roberto Rosa. (Foto: Clayton Neves)
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