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Direto das Ruas

Turma inteira tira nota baixa em prova e mães acusam professor de "represália"

Mães de alunas de turma da Escola M. Profª Iracema Mendonça dizem que docente também impede idas ao banheiro

Por Mylena Fraiha | 02/07/2024 10:52
Mães mostram notas de prova de matemática, que variam entre zero e 1,25 (Foto: Direto das Ruas)
Mães mostram notas de prova de matemática, que variam entre zero e 1,25 (Foto: Direto das Ruas)

Uma turma inteira do 7º ano da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, localizada no bairro Universitário, na Capital, tirou zero ou notas abaixo de dois em uma prova de Matemática, aplicada na última quinta-feira (27). As mães dos estudantes afirmam que a avaliação dada pelo professor foi uma "represália" pessoal e denunciam outros comportamentos desrespeitosos em sala de aula.

A autônoma Evanize Arruda dos Santos, de 38 anos,  mãe de uma aluna de 13 anos da turma 7º C vespertino, relata que a escola ficou 12 dias a reformas na escola. "Quando as aulas retornaram, já avisaram que teria prova. Eles deram a tarefa para fazer em casa, mas todos estavam com dúvidas porque não sabiam o conteúdo da prova. Todos tiraram nota baixa", explica.

De acordo com Evanize, o problema foi restrito a uma turma só. "A outra turma do 7º ano fez a prova, mas se saiu bem porque era um professor diferente. O problema é com esse professor."

Na sexta-feira (28), Evanize explica que algumas mães tentaram dialogar com a diretora da escola, mas alegam que ela foi desrespeitosa e não quis ouvir as reivindicações. "Ela só fez a ata da reunião. Foi quando criamos um grupo para trocar ideias sobre o que estava acontecendo com nossos filhos e filhas", conta Evanize.

Segundo ela, a diretora marcou reuniões individuais com os pais, mas manteve o discurso de que a culpa era dos alunos. "Eu achava que era só comigo, mas o relato é o mesmo com todo mundo."

Evanize também denuncia que o professor impede as meninas de irem ao banheiro, mesmo quando estão em período menstrual. "A menina precisa levantar a mão e falar que está menstruada? E no caso dos meninos, quando pedem, ele deixa. As próprias alunas disseram que já fizeram reclamações sobre isso e que deu em nada. A alunas não têm voz ali", relata.

Na sexta-feira (28), Evanize fez uma denúncia à Ouvidoria da Semed sobre a situação na escola. Em resposta, ela explica que foi proposta uma reunião com a equipe da secretaria para a tarde desta terça-feira (2).

Outros relatos - A manicure Syrlene Moreira de Assis, de 44 anos, mãe de outra estudante de 13 anos que também tirou zero na prova, confirma as reclamações. "O professor é muito grosseiro, trata mal principalmente as meninas. Minha filha disse que quando as meninas querem ir ao banheiro, ele não deixa. E quando pedem explicação sobre uma matéria no quadro, ele não responde. Diz que manda as crianças se virarem e procurarem a resposta", relata.

Já a comerciante e mãe de uma aluna de 12 anos, Maiara Inês, de 35 anos, conta que sua filha teve problemas com o professor desde o primeiro dia de aula. "Ele foi extremamente grosso e mal educado. Gritou com minha filha em sala de aula porque ela não tinha feito uma tarefa da aula passada, já que era a primeira aula dela com ele. Ele disse que era obrigação dela perguntar para o coleguinha e copiar a tarefa", comenta Maiara.

A reportagem entrou em contato com a Semed (Secretaria Municipal de Educação) para saber se estão cientes da questão na escola e qual o posicionamento da pasta. Em resposta, a pasta informou que por meio da DAE (Divisão de Acompanhamento Escolar) e da Divisão de Apoio Técnico Pedagógico realizará uma reunião na escola para compreender os fatos narrados na referida questão.

Em nota, a Secretaria ressalta, ainda, que a Equipe Técnica Pedagógica da Escola mantém um acompanhamento sistemático do planejamento dos professores da instituição bem como realiza o acompanhamento da prática docente no espaço escolar atentando-se para os devidos encaminhamentos do processo de ensino aprendizagem.

"A Semed enfatiza que as instituições escolares primam pela realização de um trabalho em parceria com os pais e ou responsáveis, contribuindo com a formação integral dos alunos para orientar no atendimento às demandas do processo educativo, sempre que necessário", finaliza a secretaria em nota encaminhada à reportagem.

[**] Matéria editada às 18h29 do dia 2 de julho de 2024 para acréscimo da reposta da Semed.

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